A exuberante Cachoeira do Urubu

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A chegada do período chuvoso no Piauí traz alento não só aos agricultores do Estado. Esta época de águas fartas para açudes, lagos, rios e cachoeiras, movimentam também um importante setor da economia: o turismo e o lazer.

Assim acontece, por exemplo, no polo turístico dos municípios Batalha e Esperantina, norte do estado do Piauí, onde se localiza o deslumbrante Parque Ecológico Cachoeira do Urubu, com copiosas corredeiras formadas no leito do Rio Longá, na divisa dos municípios citados. Ali temos uma Unidade de conservação composta por uma área onde se confundem Cerrado, área de transição e carnaubais.

Localizado a uns 185 km ao norte de Teresina, o Parque Ecológico abriga a exuberante Cachoeira do Urubu, um dos cartões postais do turismo piauiense, formada por desníveis no leito do Rio Longá, a partir da erosão diferencial sobre rochas da Formação Cabeças (Bacia Sedimentar do Parnaíba). O Rio Longá nasce no município de Alto Longá, e deságua no Rio Parnaíba no município de Buriti dos Lopes, já vizinho da litorânea Parnaíba.

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 UMA DAS INÚMERAS QUEDAS D’ÁGUA DA CACHOEIRA DO URUBU

O Parque Ecológico Cachoeira do Urubu foi criado em 1997, e está localizado às margens do rio Longá, na Microrregião Baixo Parnaíba Piauiense, e inserida na Mesorregião Centro-Norte Piauiense. Eis o teor do Decreto Estadual n. 9.736 de 16 de junho de 1997, que, no Art. 2º, que estabelece o seguinte ordenamento: 

“Fica determinada uma área de 7,54.17 ha (sete hectares, cinquenta e quatro  ares e dezessete centiares), encravada na área de proteção ambiental ora  criada, destinada à exploração do ecoturismo, sendo 2,94 ha (dois hectares e  noventa e quatro ares), no município de Esperantina e 4,54.17 ha (quatro hectares, cinquenta e quatro ares e dezessete centiares) no município de Batalha.”

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 MONUMENTO NA ENTRADA DO PARQUE

No leito do Rio formam-se no período chuvoso (janeiro a junho) quedas d’água e corredeiras que despontam com grande violência nas rochas que as encaixam, causando elevação de uma névoa de umidade e barulho ensurdecedor. O mês de maior cheia e volume das corredeiras é março, onde é possível ser admirado agradavelmente aquele espetáculo profuso da natureza. Dizem que no período de maiores cheias ali se observa cachoeiras de até 14 metros de queda. O restante do ano o leito do Rio Longá fica praticamente sem águas. 

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 A NATUREZA EM PLENO VIGOR HÍDRICO

O nome do Parque (Cachoeira do urubu) deve-se a uma curiosidade biológica que acontece durante o período de desova dos peixes (Piracema) de novembro a 15 de março: procurando as nascentes para desova, incontáveis peixes tentam subir aos saltos os patamares das corredeiras, nadando contra a forte correnteza, sendo uma presa fácil para os ariscos urubus, que têm ali, naquele período, alimentação farta. As maiores vítimas são os que ficam presos nas cavidades das rochas que formam pequenas piscinas. Os principais exemplares são tucunaré, surubim, mandi e piau.

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 LEITO ROCHOSO DO RIO JÁ EM PROCESSO DE EXPOSIÇÃO 

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TOMADA DE UM DOS PONTOS MAIS PITORESCOS DO RIO

No local existe uma boa infraestrutura turística: cerca de dez bares, restaurante e quiosques; áreas de banho apropriadas; pousada, água de poço tubular; posto telefônico, etc. Para ali acorrem milhares de turistas vindos não só dos municípios circunvizinhos, mas de todo o Piauí e de muitos lugares do Brasil. Geralmente o grande fluxo de visitantes ocorre aos fins de semana, quando os bares e restaurantes ficam lotados, servindo uma culinária variada, de galinha e capote ao molho pardo, acompanhados de baião de dois, aos mais variados pratos à base de peixe pescados pelas cercanias.

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UMA CORREDEIRA E AO FUNDO PARTE DA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA a48.jpg - 115.00 KB
UM DOS RESTAURANTES DO PARQUE

No local é permitida a pesca artesanal e muitos amantes da pescaria amadora frequentam aquelas águas ricas em pescados. Pensando em incrementar a pesca de lazer, um proprietário de bar do local está estruturando um tanque para um pesque-pague com os mesmos tipos de peixes do Rio Longá.

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 TANQUE EM PREPARO PARA PESQUE-PAGUE

Para apreciar melhor o espetáculo da natureza do impetuoso Rio Longá, o Governo estadual construiu há muitos anos uma imensa passarela sobre o leito rochoso, com cerca de 400 metros de extensão. Dela o turista pode se deleitar com mais proximidade do portento da natureza. 

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 A PASSARELA CONSTRUÍDA PELO GOVERNO ESTADUAL

No ápice das enchentes não é possível ser observado o leito rochoso do Rio Longá. As imagens desta matéria foram feitas quando o Rio já reduzira sensivelmente seu volume (24/03/2014), deixando á mostra parte de seu leito pétreo.

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 NESTE TRECHO DO RIO UMA IMAGEM DE URUBU-REI OBSERVA SUAS ÁGUAS

Em decorrência dos inúmeros acidentes fatais com banhistas, o Governo destinou a área mais tranquila para o banho dos turistas, ficando vedada a presença de visitantes nas áreas mais perigosas. Um posto de observação dos bombeiros funciona aos fins de semana e feriados.

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 POSTO DE OBSERVAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS

O melhor acesso é feito a partir da cidade de Esperantina, onde se percorre uns 21 km até o Parque. Embora aquela estrada seja todo pavimentado, há na atualidade pequenos trechos onde o asfalto deu lugar a buracos na pista. Mas a grande falha na infraestrutura de apoio ao Parque é a deficiência nas placas de sinalização. Em Esperantina são poucas e confusas. Ao longo do trajeto entre a cidade e o Parque são inexistentes. Ainda assim, o saldo para quem vai conhecer aquele portento da natureza é amplamente positivo…