O município piauiense de Lagoa de São Francisco fica situado no norte do estado, distante cerca de 194 km da capital Teresina. O acesso principal é pela BR 343 até Piripiri-PI, seguindo por um desvio na PI 327, passando pelo açude Caldeirão.
A cidade tem uma população estimada de 6.795 pessoas (IBGE 2021).A caminho da cidade pela PI 327, passei pelo Açude Caldeirão em Piripiri.A Lagoa de São Francisco, dá nome à cidade. Fica na entrada da cidade.Praça e Igreja de São Francisco, padroeiro do município.Sino da Igreja de São Francisco.
A cidade se destaca no cenário arqueológico piauiense, pela existência em seu território de um sítio arqueológico com pinturas rupestres. O sítio é chamado Morro da Coã. Fiz uma visita ao local no dia 30 de julho de 2022, e o registro de algumas das pinturas para cadastro no acervo do Projeto Artes do Bitorocaia (link no final desse texto).
Prova da importância do sítio arqueológico para a comunidade foi que no dia 24 de março de 2022, ocorreu na cidade uma consulta pública, cujo objetivo foi a criação do Parque Municipal Morro da Coã. De acordo com Licindio Lima, atual Secretário de Meio Ambiente do município:
“O Parque já foi criado, já houve a consulta pública, o termo de compromisso já foi assinado pelo Governo do Estado do Piauí e já está sendo feita a licitação, a esperança é que até o final do ano sejam iniciadas as obras de infraestrutura. O Parque ocupará uma área de 21 hectares, todo cercado com estacas de cimento, terá uma sede para a brigada de incêndio, torre de observação, área de camping, rotas para estudo. Uma infraestrutura completa para o bem estar dos turistas”.
O Sítio da Coã fica a apenas 2 km do centro da cidade e na margem da PI 327, saída para a cidade de Pedro II.
Percebo que a criação do Parque será de extrema relevância para a preservação das pinturas, visto que a área já se encontra praticamente incorporada ao cenário urbano da cidade, o que faz aumentar cada vez mais o fluxo de pessoas e a expansão imobiliária. Um outro fator de extrema relevância é que a estruturação do Parque trará turistas para a comunidade, tornando-se em uma ótima oportunidade para fomentar o turismo de base comunitária.
O Sítio da Coã, na margem da PI 327, é atualmente o portal de entrada para conhecer as pinturas do Parque Municipal Morro da Coã.
O Sítio da Coã é mantido pela Sra. Edna Rodrigues e família e tem uma estrutura para receber os visitantes, indicando guias e fornecendo as refeições.
Dona Edna e a sua plantação de pitaias. Ela também promove a venda de artesanato e mudas de plantas, em feiras da cidade.
Na trilha, conheci pelo menos três painéis com pinturas, o principal deles é o painel da Pedra do Sol, que é a pintura mais característica do Morro da Coã.
Três dos painéis visitados no Morro da Coã. Destaque para a última, a pintura do sol (nome dado pelas comunidades do entorno).A trilha em alguns locais estão muito fechada.
A nota triste é que em alguns painéis ocorre sérios sinais de depredação, com pichações e também chamou a atenção a quantidade de lixo existente na trilha.
Lixo e depredação dos painéis, infelizmente existe no local.
Para quem desejar conhecer, entrar em contato com Edna Rodrigues: (86) 98133-3330.
——
A Seguir, segue um documentário em vídeo sobre a visita.
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutor em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre, incluindo a fotogrametria. Ganhador do Prêmio Luiz de Castro Farias (versão 2024), promovido pelo IPHAN, como melhor
Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro. Escritor, poeta, fotógrafo da natureza, colaborador do impresso "Piauí Poético" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes no Piauí.