Retrato do início dos anos 1970. Amigos conversando no antigo coreto da Praça Irmãos Dantas.
A partir da esquerda: Dodó, Pipio, José do Argemiro, Baltasar, Assis Carvalho (Tataíra) e Pituca.
“Jovens tardes de domingo…tantas alegrias…velhos tempos…belos dias.”
Na época em que recitou esse verso em canção pela primeira vez, o rei Roberto Carlos e seus ouvintes viviam em um mundo totalmente diferente de hoje, as relações humanas eram outras. Esses “Belos Dias” perdidos nas lembranças, carregam encontros, diálogos animados, amizades e saudades. Aqui, na Piracuruca do início dos anos 1970, o coreto da praça Irmãos Dantas ainda era lugar para uma boa conversa. Hoje, infelizmente esses pequenos e aconchegantes palcos povoados de amigos não existem mais.
Belos dias em que se vivia longe das amizades remotas desses atuais. Agora, um simples bate-papo presencial com os amigos…que era para ser corriqueiro, é algo praticamente inexistente. Se só o próprio sinal dos tempos não fosse o suficiente para distanciar fisicamente as pessoas, com essa tecnologia afastadora de corpos, hoje temos uma agravante, uma tal pandemia esmorecedora de calor humano e que põe máscara nas presenças.
Imaginem um tempo em que a comunicação não dependia de um aparelho celular, tempo em que a conversa era olho no olho. Olhos que não veem mais o velho coreto…já o novo, grandioso e imponente, chora solitário, rodeado por árvores tristes, sem coragem de dar sombra e bancos sentados sozinhos, cabisbaixos e no sol. Todos testemunhas desse tempo doente, barulhento e conectado… a distância.
“Felizes os amigos, no tempo em que sentavam e conversavam despreocupados em um coreto.”