Retrato do início dos anos 1970. Amigos conversando no antigo coreto da Praça Irmãos Dantas.
A partir da esquerda: Dodó, Pipio, José do Argemiro, Baltasar, Assis Carvalho (Tataíra) e Pituca.
“Jovens tardes de domingo…tantas alegrias…velhos tempos…belos dias.”
Na época em que recitou esse verso em canção pela primeira vez, o rei Roberto Carlos e seus ouvintes viviam em um mundo totalmente diferente de hoje, as relações humanas eram outras. Esses “Belos Dias” perdidos nas lembranças, carregam encontros, diálogos animados, amizades e saudades. Aqui, na Piracuruca do início dos anos 1970, o coreto da praça Irmãos Dantas ainda era lugar para uma boa conversa. Hoje, infelizmente esses pequenos e aconchegantes palcos povoados de amigos não existem mais.
Belos dias em que se vivia longe das amizades remotas desses atuais. Agora, um simples bate-papo presencial com os amigos…que era para ser corriqueiro, é algo praticamente inexistente. Se só o próprio sinal dos tempos não fosse o suficiente para distanciar fisicamente as pessoas, com essa tecnologia afastadora de corpos, hoje temos uma agravante, uma tal pandemia esmorecedora de calor humano e que põe máscara nas presenças.
Imaginem um tempo em que a comunicação não dependia de um aparelho celular, tempo em que a conversa era olho no olho. Olhos que não veem mais o velho coreto…já o novo, grandioso e imponente, chora solitário, rodeado por árvores tristes, sem coragem de dar sombra e bancos sentados sozinhos, cabisbaixos e no sol. Todos testemunhas desse tempo doente, barulhento e conectado… a distância.
“Felizes os amigos, no tempo em que sentavam e conversavam despreocupados em um coreto.”
F Gerson Meneses
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutor em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre, incluindo a fotogrametria. Ganhador do Prêmio Luiz de Castro Farias (versão 2024), promovido pelo IPHAN, como melhor
Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro. Escritor, poeta, fotógrafo da natureza, colaborador do impresso "Piauí Poético" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes no Piauí.