França

Reza a lenda que provêm os Franças portugueses de um João de França, filho natural de João II, duque de Alençon, da Família Real de França, que veio para Portugal acompanhando o rei D. Afonso V, quando este dali regressou, tendo casado aqui e deixado geração do qual pelo menos um ramo viria a regressar ao país de origem, dando origem aos Mendés-France, do grande político e governante de meados do século passado.
Não é possível deixar de fazer aqui uma referência, por breve que seja, à lenda das origens atribuídas a esta família. Se ela se revestisse de um mínimo de verosimilhança, com efeito seria incompreensível que o rei, tão zeloso dos cerimoniais e precedências, não tivesse criado em favor deste João de França de Alençon uma casa que lhe permitisse manter o seu estatuto nobiliárquico, até como parente que ainda era, promovendo de igual modo o seu casamento com uma dama rica e de boa linhagem.
O abandono prático a que D. Afonso V votou aquele seu pretenso companheiro na viagem de regresso de França a Portugal joga inteiramente contra tal lenda, reduzindo-a somente a isso mesmo: uma lenda sem as menores bases de verdade histórica.
Em termos heráldicos, aliás, tudo concorre de igual modo para semelhante conclusão: primeiro, a maior parte dos Franças portugueses usou as mesmas armas dos Francas. Depois, as armas dos Franças que pretenderam ligá-los aos capetos, nunca foram registadas em Portugal, como se comprova pela falta do timbre.
Brasão: As dos Francas: De prata, quatro palas de verde, e uma banda atravessante sobre todo e entrecambada. Timbre: duas lanças de prata, hasteadas de verde, passadas em aspa.
Os Franças que se pretendem descendentes de João de Alençon: de azul, semeado de flores-de-lis de ouro, com uma banda de prata; bordadura cosida de vermelho, carregada de oito besantes de prata.

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(Acesso em 2005)


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