Localizado na Praça Saraiva, precisamente na Rua Barroso, em Teresina, o tradicional Colégio Diocesano (São Francisco de Sales) carrega consigo mais de um século de história e sucessos educacionais.
Tudo teve início no ano de 1906 quando o 1º Bispo Dom Joaquim Antônio D’Almeida (1868-1947) resolveu fundar o Colégio e Seminário Diocesano.
Instalado inicialmente em prédio alugado à Praça Saraiva, teve a sua primeira administração constituída pelo Reitor Pe. Bianor Emílio Aranha (1881-1959), Pe. Ernesto Vasconcelos (Vice-Reitor e Ecônomo) e Pe. Clarindo Lopes Ribeiro (Diretor Espiritual), passando a funcionar do dia 25 de março, até o ano de 1914.
EM PRIMEIRO PLANO A IGREJA N.S. DAS DORES E EM SEGUNDO PLANO O COLÉGIO DIOCESANO. IMAGEM MUITO ANTIGA, PESQUISADA POR LALINHA ANDRADE.
No governo de Dom Otaviano Pereira de Albuquerque, 2º Bispo do Piauí (1914-1922), o Colégio foi fechado, uma vez que os poucos recursos dificultavam o seu funcionamento.
Ao tomar esta decisão, Dom Otaviano passou a residir no prédio, deu prosseguimento às obras de conclusão da fachada, sob a orientação do Engenheiro João Faustino. Mandou colocar o seu brasão de armas na fachada do prédio e, novamente, o destinou ao Colégio Diocesano.
Dom Severino Vieira de Melo (1880-1955), 3º Bispo do Piauí, ao assumir o seu governo no dia 23 de fevereiro de 1924, teve como uma das suas metas principais a reabertura do Colégio o que fez acontecer no dia 1º de fevereiro de 1925, já com o nome de Colégio São Francisco de Sales, funcionando em regime de internato, semi-internato e externato.
ANTIGA IMAGEM FRONTAL DO COLÉGIO DIOCESANO. REPRODUÇÃO
Para administrar o Colégio, Dom Severino designou os Reverendos Mons. Constantino Bozon (1868-1945), como Diretor e Pe. Zaul Pedreira, como Vice-Diretor.
Em 1931, a primeira turma chegava à conclusão do Curso Ginasial. Em 1932 recebeu Inspeção Preliminar, em 1945 Inspeção Permanente, através do Decreto nº 18.295 de 5 de abril. No ano de 1945, foram instalados os Cursos Científico e Clássico e, por fim a Escola Técnica de Comércio, em 1946, que formou a primeira turma de contabilistas em 1951, na administração do Pe. Alberto de Freitas Santos.
No período de abril de 1954 a setembro de 1959, o Colégio foi administrado por Pe. Deusdedit Craveiro (último diretor diocesano), que decidiu encerrar com o regime de internato e semi-internato.
De outubro de 1959 até o início de 1960, o Colégio Diocesano teve o seu primeiro diretor leigo o Prof. Bernardo Lopes de Sousa, que administrou o Colégio no período de transição até a chegada dos Padres Jesuítas em 1960.
IMAGEM ATUAL DA FACHADA DO COLÉGIO. FONTE: GOOGLE MAPAS.
Fonte do texto: http://www.diocesano.g12.br/sobre/historico
Chegamos ao Colégio Diocesano, eu e meu irmão Ricardo, em 1965. Vínhamos do Colégio Batista Afonso Mafrense, para enfrentar o ginasial. Nossa família já possuía histórico no novo Colégio. Nosso pai estudara por lá nos anos 1940; o irmão mais velho no início dos anos 1960.
Muitas recordações foram acumuladas em nossa memória ao longo dos anos, a partir de 1965 até 1973. Durante este período saímos para o Ginásio Leão XII apenas por um ano, creio que em 1970, retornando ao Diocesano no ano seguinte.
Vem à nossa memória lampejos das antigas instalações do Colégio Salesiano, como a piscina, a carpintaria (por onde fugíamos para gazear aulas), o campo de futebol, a quadra de futebol, as escadarias, a cantina, o mastro de espiribol, etc.
Puxando nas recordações, lembramo-nos dos padres Moisés, Ângelo, Carlos, Adriano e Florêncio. E não poderia faltar o extraordinário Irmão Guido, que cuidava da cantina do Colégio e gostava de dar “brogues” nos alunos que lhe perturbavam.
Nos anos 1960 os alunos mais velhos, um ou dois anos a nossa frente eram sempre vistos com respeito e admiração. Dentre eles se destacavam Feola (cuidava da cantina antes do Irmão Guido); Oscar; nosso primo Ivan Arcoverde, já falecido; Paulo James; Arthur Ribeiro Freire, nosso colega de geologia na UNIFOR, já falecido; Boa Vista; Prisco Medeiros, hoje médico e seu irmão Francisco Celso Medeiros, o Patico, engenheiro agrônomo e ex-funcionário do IBAMA, falecido no ano passado; Ursulino, hoje médico ginecologista; Aristides Reis, hoje médico endoscopista e muitos outros.
Dos professores, nos recordamos especialmente de Didácio, que lecionava História; Robson, de Matemática; Ubiraci Carvalho, hoje político, era professor de Português; Florêncio, que nos ministrou Religião (1971) e Química (1973), etc.
A imagem abaixo é da turma de 1971, da qual fazíamos parte, com tomada feita pelo então recém-chegado Padre Florêncio, notável figura intelectual que se tornou uma referência em química, responsável pelo aprendizado e formação ética de incontáveis alunos.
1 – ODIMAR; 2- RICARDO ALAGIO; 3- ANCHIETA, DE BOM JESUS; 4 – EDMILSON; 5 – NILSON; 6 – TOURINHO; 7 – ANTÔNIO RENATO; 8 – LUÍS; 9- MANOEL ANDRADE; 10 – LUDGERO RAULINO; 11 – CARLOS ALBERTO; 12 – PAULO GILMAR; 13 – REINALDO; 14 – TRAJANO; 15 – CESÁRIO CAVALTANTE, PIRIPIRIENSE, PROMOTOR DE JUSTIÇA; 16 – DEUSDETE; 17 – PAULO DE TARSO; 18 – EVALDO; 19 – FRANCISCO LEITE; 20 – MANUEL BECKMAN; 21 –?; 22 – FRANCISCO; 23 – COQUEIRO; 24 – FERNANDO; 25 – JOSÉ RENATO; 26- MARDOQUEU; 27 – JOÃO JOSÉ; 28 – PEDRO; 29 – PAULO ANTÔNIO; 30 – WALTON; 31 – GLÁUCIO; 32 – WILSON NUNES MARTINS; 33 – OTÁVIO; 34 – AARÃO.
Um dos momentos que marcou nossa passagem pelo Colégio Diocesano foi uma gratificante excursão que o Pe. Florêncio organizou para Sete Cidades com alguns alunos em 1973. Talvez tenha sido este passeio, coroado de tantas informações ministradas pelo intelectual religioso, que nos criou um sentimento de afeição e despertou nossa curiosidade especial com Sete Cidades, o que resultou talvez em mais de 1.000 visitas ao Parque ao longo de muitos anos, alguns livros e muitas matérias em jornais de Teresina.
EXCURSÃO A SETE CIDADES, 1973.