Em abril deste ano de 2025, tive a oportunidade de conhecer o Poço Violeto, um poço artesiano que fica na cidade de Alvorada do Gurguéia, sul do Piauí. Na ocasião, eu estava acompanhando a Expedição Rota do Homem Americano – ROTHAM.
No local existe um balneário com duas fontes que há mais de 50 anos jorram água sem parar. Foto: F Gerson MenesesO local fica há cerca de 500 metros da margem da BR 135, em Alvorada do Gurguéia. Infografia: F Gerson MenesesO local atrai turistas e curiosos que passam pela BR 135.
A história dos poços artesianos jorrantes do Piauí, começou ainda na década de 1970, quando a CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, fez as duas primeiras perfurações, a partir de então, cerca de 300 outros poços foram perfurados no Vela do Rio Gurguéia (1).
Dadas às suas características, o Poço Violeto é um dos maiores do mundo (2). Foto: F Gerson MenesesA força da pressão da água. Foto: F Gerson Meneses
O Vale do Rio Gurguéia, é considerado como uma Zona Estratégica de Produção de água subterrânea no Piauí, isto ocorre devido ao alto potencial dos aquíferos Cabeças e Serra Grande, que apresentam níveis rasos, água de excelente qualidade e vazões muito elevadas (3).
Infográfico que mostra a área correspondente ao Vale do Rio Gurguéia e o local aproximado do Poço Violeto, no município de Alvorada do Gurguéia, no sul do Piauí (1). Infografia: F Gerson MenesesA pressão da água já foi mais forte, no início há 50 anos. Na época, os principais poços jorravam água a cerca de 70 metros de altura. Hoje em dia, fica em torno de 25 metros de altura. Isto mostra que a pressão está diminuindo ao longo do tempo (1). Foto: F Gerson Meneses
Por enquanto, somente 10% da água que jorra dos poços, são aproveitadas na agricultura e irrigação, justamente em uma região seriamente ameaçada pela desertificação (1).
Um correto aproveitamento desta abundância de água, poderia promover desenvolvimento e justiça social, mudando de forma positiva toda a perspectiva de vida da população da região do Vale do Gurguéia (3).
Enquanto não ocorre uma ação objetiva por parte das autoridades, o que transparece para a população é um total desperdício deste bem tão precioso que é a água.
Fontes consultadas:
1 – GLOBO REPÓRTER, Água que jorra de mais de 300 poços no PI é desperdiçada. Link: https://globoplay.globo.com/v/10637804/?s=0s. Acesso em: agosto de 2025. 2 – NAIME, R., Aquífero da Gurguéia. Link: https://amda.org.br/opiniao/2462-aquifero-da-gurgueia/. Acesso em: agosto de 2025. 3 – CARNEIRO FEITOSA, F. A., CARNEIRO FEITOSA, E., & ALVES DEMETRIO, J. G. (2012). VALE DO GURGUÉIA – UMA ZONA ESTRATÉGICA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA. Águas Subterrâneas. Link: https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/27713. Acesso em: agosto de 2025.
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutor em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre, incluindo a fotogrametria. Ganhador do Prêmio Luiz de Castro Farias (versão 2024), promovido pelo IPHAN, como melhor
Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro. Escritor, poeta, fotógrafo da natureza, colaborador do impresso "Piauí Poético" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes no Piauí.