O encanto das Sete Cidades: um poema em homenagem aos 60 anos do Parna Sete Cidades

Na edição deste ano de 2021, a Revista Ateneu trará uma matéria sobre os 60 anos do Parque Nacional de Sete Cidades, que foi criado através do Decreto nº 50.744, de 8 de junho de 1961. Aqui, um poema em homenagem ao Parque, que faz parte do meu livro Versos Retos de um Poeta Torto.

Quem foi que te pôs aqui,
neste cantinho do Piauí?

Sei que três donos tu tens,
mas, na verdade, não és de ninguém.

Vejo tudo do teu mirante,
tartaruga de pedra gigante.

Te protegem os teus canhões,
teus riachos com seus porões.

Ó, Catirina, prepare o ritual,
samba enredo no meu carnaval!

De longe, vejo as tuas torres,
descansando eu provo os teus sabores.

Fenícios e Vikings pedem passagem,
povos vindos de toda paragem.

Tu já tiveste debaixo do mar,
teu solstício no calendário solar.

Na cachoeira, uma bênção eu ganho,
na piscina dos milagres eu banho.

Andando perto do teu grande arco,
córregos que os meus pés encharco.

Teus paredões, uma coisa de mestre,
artistas do tempo e a arte rupestre.

Índios andando na mata eu vejo,
passando por dentro do portal do desejo.

Reis magos a te acolher,
na biblioteca o livro sagrado eu vou ler.

Disco voador, muita lenda e mistério,
botijas de ouro do teu império.

E quando os lagartos os lábios tocar,
todo o reino irá desencantar.