Foi uma prospecção científica cujos principais objetivos foram: mapear afluentes, registrar elementos da fauna e da flora, além de vivenciar um pouco do cotidiano das comunidades ribeirinhas.
Um percurso de 30 km de caiaque pelo Rio Piracuruca, a maior parte deles navegando dentro do Grande Lago da Barragem Piracuruca. A empreitada que se estendeu da antiga ponte da BR 222 até o paredão da Barragem, ocorreu entre os dias 19 e 21 de julho de 2024 e foi realizada pelos remadores: F Gerson Meneses e Ulisses Soares.
Remadores em um dos vários cenários do Grande Lago. Foto: Chrystian Oliveira.F Gerson Meneses e Ulisses Soares. Foto: Chrystian Oliveira.
A expedição também contou com uma equipe de terra, coordenada por Osiel Monteiro (Curiólogo) e Débora Bona. Na equipe também estavam Celestino Júnior (motorista), Chrystian Oliveira (operador de drone), os barqueiros e guias Fabinho e Raimundo “Pão”.
Membros da Expedição Rio Piracuruca. Da esquerda: Osiel Monteiro (terra), F Gerson Meneses (remo), Ulisses Soares (remo) e Débora Bona (terra). Foto: Chrystian Oliveira.Barqueiros, Fabinho e Raimundo “Pão”. Foto: F Gerson Meneses.
Após o mapeamento do trecho, a ideia é que a partir de então, ocorra a exploração sustentável do grande lago, com atividades relacionadas ao turismo, nas suas mais diversas vertentes.
Em tempo 1: Um vídeo documentário da expedição pode ser visto no final desta matéria.
Infografia que mostra o percurso feito na expedição. Além do canal Checkin Aventura e do Portal Piracuruca como divulgadores, a expedição também contou com o apoio da Anfíbios Adventure e do Quintal do Curiólogo. Infografia: F Gerson Meneses.
Em tempo 2: logo abaixo desta matéria, tem o link para a matéria “Aspectos técnicos sobre a Barragem de Piracuruca, com informações do ex-deputado federal Felipe Mendes”.
=> Alguns registros da Expedição:
A expedição se estendeu a partir da antiga ponte da BR 222, chegando ao final no paredão da barragem, 30 km depois.
Vista da BR 222, ao lado em paralelo, está a antiga ponte da BR 222.
Observa-se na imagem acima, que o rio segue no seu leito normal por um longo trecho, até cerca de 10 km. Só daí em diante, nota-se o espalhamento da água devido à represa.
Caiaqueiros iniciando a remada. Foto: Chrystian Oliveira.Uma mureta natural de pedra, é vista compondo o cenário da margem do rio, ainda no início do trecho. Foto: F Gerson Meneses.Fotografias durante o percurso. Foto: Ulisses Soares.Carnaúbas. Foto: F Gerson Meneses.Algumas das aves fotografadas nos primeiros 10 km do percurso: Garça, Socó e Gavião. Fotos: F Gerson Meneses.
Em tempo 3: logo abaixo, tem o link para um portfólio virtual com 50 imagens de aves do ecossistema Rio Piracuruca.
Já observando o espalhamento da água. Foto: Chrystian Oliveira.
Depois dos primeiros 10 km, identificando e nomeando as localidades que margeiam o rio, chegamos à nossa primeira parada para o descanso, aportamos na localidade Duvidosa, onde vimos uma grande quantidade de aves.
Chegando na localidade Duvidosa, onde recebemos o apoio do proprietário Fabinho. Foto: Chrystian Oliveira.Garças, jaçanãs e outras várias espécies de aves ribeirinhas. Foto: F Gerson Meneses.Continuando a remada.Carnaubais prevalecem entre a vegetação. Fotos: F Gerson Meneses.Gado pastando em meio aos alagados. Foto: F Gerson Meneses.Ave Carão, apesar de ser uma das maiores aves deste ecossistema, é muito difícil de fotografar. Foto: F Gerson Meneses.Foz do Rio Jenipapo (Rio Pejuaba), é um dos maiores afluentes do Rio Piracuruca. Por trás está a localidade Lontras, berço dos Meneses da Piracuruca. Foto: F Gerson Meneses.
Até este ponto da expedição, percebemos que a mata ciliar está bastante preservada.
Espalhamento da água no Lago da Piracuruca. O lago se estende, em linha reta, por cerca de 15 km de comprimento, por 6,5 km de largura, no seu ponto mais largo. Foto: Chrystian Oliveira.Morro do Bom Gosto, aproximadamente 300 metros de altura. É o ponto mais alto de Piracuruca. Foto: F Gerson Meneses.Breve parada na Ilha do Major. Quilômetro 16.Seguindo adiante. Foto: Chrystian Oliveira.Chegando na localidade Estreito. Foto: F Gerson Meneses.
Na localidade Estreito, completamos o quilômetro 19, fomos recebidos pelo Sr. Joel e lá fizemos nossas refeições e pernoitamos em acampamento. No dia seguinte, continuamos a empreitada.
Chegando na localidade Estreito, sendo recebido pelo Sr. Joel. Foto: Celestino Júnior.
A parada no Estreito foi bem proveitosa para os objetivos da expedição, lá pudemos conviver bastante com a comunidade ribeirinha e fazer muitos registros fotográficos, a seguir:
Os aerogeradores das usinas eólicas no lado oeste da Serra da Ibiapaba. Foto: F Gerson Meneses.O local tem muitas arraias. Foto: Chrystian Oliveira.Algumas aves registradas: corrupião, garças, pica-pau e marrecos. Foto: F Gerson Meneses.A garça-branca descansa no crepúsculo da tarde. Foto: F Gerson Meneses.Fim de tarde no Estreito. Foto: F Gerson Meneses.
Quando chegou a noite, fizemos uma roda de conversas ao redor de uma fogueira, em uma noite de lua, onde rolaram vários tipos de diálogos, entre tantos, o Sr. Expedito, um pescador que sempre acampa no Estreito, nos falou das suas experiências com as “coisas do além”, principalmente o tal Lobisomem.
Sr. Expedito nos relatando os seus encontros com o Lobisomem.
Em tempo 4: logo abaixo, tem o link para a matéria “Expedito, o caçador de lobisomem”.
Noite de lua no Estreito. Foto: F Gerson Meneses.No amanhecer do Estreito… Foto: F Gerson Meneses.…os primeiros raios de sol anunciam… Foto: F Gerson Meneses.…é hora de seguir a expedição. Foto: F Gerson Meneses.Avançando com destino à Barragem Piracuruca. Foto: Chrystian Oliveira.
A partir do quilômetro 22, começa a se observar as chácaras e casas de veraneio, é uma região onde ocorrem também muitas ilhas.
Chácaras e muitas ilhas podem ser vistas. Foto: Chrystian Oliveira.Ainda é possível ver muitas árvores, grandes árvores, que foram alagadas e morrem aos poucos com suas raízes submersas, a partir da formação do Grande Lago.
No quilômetro 25, demos uma parada na Fazenda Araçá, de propriedade do Sr. Domingos José, lá a água do rio é utilizada de forma sustentável, para diversas atividades.
Suinocultura e piscicultura, algumas das atividades realizadas na Fazenda Araçá.Uma espécie de canário, conhecida na região como Cochicho, é muito comum no ecossistema Grande Lago da Piracuruca. Foto: F Gerson Meneses.Seguindo…faltam poucos quilômetros.Outra parada, no Eco Sítio Bitorocaia, quilômetro 26. Foto: Ulisses SoaresAo aproximarmos da barragem percebemos a quantidade de chácaras, nota-se também a ocorrência de tanques para a criação de peixes. Fotos: F Gerson Meneses.Ainda perto do final da expedição é possível fotografar aves.Patos, já bem próximo à Barragem. Foto: F Gerson Meneses.Ninhos de Xexéu. F Gerson Meneses.Já avistando a barragem. Foto: Christian OliveiraUma nota importante de ser pontuada é este campo desmatado para o agronegócio. Chama a atenção, principalmente pela proximidade com o Grande Lago.Chegando……missão cumprida.
Contamos com alguns colaboradores, sem os quais não seria possível a expedição:
Da esquerda: Curiólogo (Equipe Terra), Joel (Parada do Estreito), Gerson Meneses (Remo), Fabinho (Parada da Duvidosa e Barqueiro), Ulisses Soares (Remo), Raimundo Pão (Barqueiro) e Débora Bona (Equipe Terra).Destaco também: Christian Oliveira (Operador de Drone) e Júnior Celestino (Equipe Terra).
Ao final, tivemos a grata satisfação de ver cumprido os objetivos que planejamos para esta expedição, que foi a primeira, a percorrer o grande lago em toda a sua extensão.
Deixo aqui um material que fica para a posteridade e deve suscitar ações que visem o aproveitamento sustentável do Grande Lago da Piracuruca com os seus múltiplos usos, como: o abastecimento de água, a irrigação, a piscicultura e o turismo, este último podendo ser feito de forma integrada, aproveitando a proximidade com o Parque Nacional de Sete Cidades e a riqueza histórica da cidade de Piracuruca com a sua igreja e o seu casario.
Ademais, o texto deve influenciar outras pessoas, para que possam ter também um olhar de consciência ambiental, com a preservação do rio e de seus afluentes, além da valorização das comunidades ribeirinhas do Rio Piracuruca.
Links citados no texto:
Documentário da expedição em vídeo:
Aspectos técnicos sobre a Barragem de Piracuruca, com informações do ex-deputado federal Felipe Mendes:
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutorando em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.