O tronco ferroviário Oiticica – Castelo – Altos começou a ser construído ainda na década de 50, primeiramente pela construtora Alfa, tendo como engenheiro responsável dr Cintra. Depois de um tempo parada, a obra retornou agora sob responsabilidade do 4° Batalhão de Engenharia e Construção, comandado pelo coronel Clóvis Alexandrino, que era natural de Pimenteiras – PI, passando depois ao comando do Coronel Hugo José Lineu, que era genro do Marechal Lott, conhecido marechal que participou de importantes acontecimentos históricos no Brasil como o impedimento da posse de Júlio Prestes como presidente da República Federativa do Brasil em 1930.
A sede do 4° BEC ficava em Crateús – CE e muitas famílias hoje de castelenses são oriundas de pessoas que vieram trabalhar na construção da ferrovia que liga os estados do Ceará e Piauí. A conclusão da citada obra se deu no início da década de 70, sendo inaugurada a estação ferroviária de Castelo do Piauí no dia 11 de janeiro de 1972 com a presença de figuras ilustres da política brasileira no cenário nacional, caso dos ministros, Mário Andreaza, ministro do interior (hoje ministério extinto), marechal Juarez Távora, ministro da Aviação e Obras Públicas (também extinto), além de demais lideranças estaduais e do prefeito de Castelo na época, Edmar Lima do Monte.
A partir de então passaram a operar os serviços de trem de passageiros e de cargas, interligando os estados do Ceará, do Piauí e Maranhão. Na época do 4° BEC em nossa cidade, houve grande e significativo crescimento urbano com algumas idealizações e construções, como a quadra da RFFSA, vila dos ferroviários, Clube Recreativo Castelense, Prainha (ponto de lazer no rio Cais), a praia dos castelenses, o tanque da Fazenda e povoado Mangueira, dentre muitas outras.
Com a movimentação diária de trens de passageiros e de cargas, tanto o bairro reffesa, quanto a própria Castelo do Piauí, tinham suas economias bastante movimentadas e crescentes com o grande fluxo de pessoas e mercadorias que entravam e saiam através da ferrrovia. Também bares, clubes de festas eram bastante movimentados com o advento da presença dos funcionários da ferrovia bem como de visitantes que vinham de outras cidades, em uma época romântica, de paz, brincadeiras, jogos de futebol com rivalidades sadias, tanto na quadra, como nos campos.
Após a privatização da RFFSA e o fim do transporte de passageiros no final dos anos 80, houve certa recessão na economia local e os tempos áureos do bairro ficaram nas boas lembranças de cada um que vivenciou esse período. Atualmente ainda tem movimentação de transporte de cargas feito por empresas particulares que utilizam a linha férrea de Fortaleza à São Luís passando por Teresina, e com parada na estação de Castelo.
A construção da ferrovia, concluída pelo 4° Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro, foi de grande importância para o crescimento e formação do espaço geográfico da simpática e próspera Castelo do Piauí.
Texto e fotos: Augusto Júnior Vasconcelos.
Informações de: Edmar Nunes.