Relembrando a Chacina no Posto King

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Na ainda pacata e provinciana Teresina de 1974, uma chocante chacina quebrou a monotonia noticiosa de todo o Estado numa tarde de sábado, dia 16 de fevereiro de 1974. De uma só vez, três agentes policiais foram varados de balas e mortos. O local era um restaurante e churrascaria ao lado do ainda hoje existente Posto King, na Av. João XXII, próximo a Ponte JK sobre o rio Poti.

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IMAGEM ATUAL DO POSTO KING. AO SEU LADO HAVIA UM RESTAURANTE ONDE SE PASSOU O TRIPLO HOMICÍDIO. FONTE: GOOGLE MAPAS.

O que se passou exatamente nunca foi totalmente esclarecido, embora se saiba muitas coisas sobre o caso. Um jipe com quatro policiais chega ao restaurante do Posto King para cumprir uma ordem de prisão contra o empresário José Maria Chaves, que estava bebendo na churrascaria juntamente como o advogado René dos Santos Rocha e Cláudio Vieira Lima, Técnico da Secretaria de Fazenda.

O triplo homicídio

José Maria Chaves veio do Ceará para o Piauí. Aqui montou uma fábrica de doces no bairro Cristo Rei, onde prosperou rapidamente. Parece que se entrosou com facilidade em parte da alta sociedade teresinense. Era foragido da Justiça do Rio Grande do Norte, sua terra natal. Aqui se recusou a depor numa carta precatória vindo de lá. Veio então o Mandado de Prisão. Os policiais foram executar a ordem. Era sábado de carnaval. Ao chegarem, os três agentes foram recebidos à bala. Os três morreram na hora e os outros três que bebiam na churrascaria fugiram. Saiu a informação de que cada um dos amigos que bebiam, teria matado um policial. Isso nunca foi confirmado, pelo contrário. Porém muitos acham intensa precisão para José Maria Chaves ter baleado sozinho os três policiais. Os mortos era um famoso e experiente comissário, Francisco Teixeira Lima, o F.T. Lima, Delegado Auxiliar do 1º DP e seus dois colegas de trabalho, conhecidos por Pintinho (Geraldo de Sousa Pinto), e Paciência (Manuel Rodrigues Carvalho). O quarto investigador, de nome Batista, parece que se abrigou por traz do jipe, escapando da morte.

O certo é que sempre o pistoleiro José Maria Chaves assumiu a culpa do triplo homicídio, isentando os dois companheiros de quaisquer responsabilidades.  O empresário se entregou rapidamente ao comando da PM e foi recolhido a Penitenciária de Teresina. Por estarem suspeitos de participação, Cláudio Vieira Lima ficou detido no quartel da PM e René dos Santos Rocha em prisão domiciliar.  Estes dois por poucos dias.

No domingo houve o enterro dos três policiais, com muita comoção e a presença de muitas autoridades e colegas. Houve um clamor geral por justiça.

No ano seguinte, o governador do Estado, através da Lei 3333 de 30 de junho de 1975, em reconhecimento aos serviços mortalmente prestados pelos investigadores concedeu pensão especial às viúvas.

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LEI CONCEDENDO PENSÕES ESPECIAIS AS VIÚVAS DOS POLICIAIS.

A princípio muitas celeumas e especulações. O que teria acontecido realmente? Tudo havia sido muito rápido e havia poucas testemunhas. As versões eram desencontradas e se resumiam principalmente aos depoimentos de José Maria e de seus amigos e do sobrevivente, investigador Batista.

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JOSÉ MARIA CHAVES. FONTE: O DIA

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CLÁUDIO VIEIRA LIMA. FONTE O DIA.

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ADVOGADO RENÉ DOS SANTOS ROCHA. FONTE: JORNAL DO PIAUÍ, CEDIDA PELO JORNAL O DIA.

 Versões e contradições

Segundo o depoimento de José Maria Chaves em juízo, havia no Rio Grande do Norte processo contra ele por lesões corporais. Porém o que incrementou a confusão ´que resultou na chacina foram conflitos seus com autoridades em Teresina. No ano anterior (1973) por motivos ignorados, ele e seus empregados Altamiro e Benedito agrediram o advogado Manuel Lopes Veloso (f. 2011). Os funcionários foram presos e condenados. Porém, José Maria Chaves, mentor intelectual da agressão, embora indiciado, não foi processado, embora o delegado do 1º DP Joaquim Farias tenha solicitado inutilmente sua prisão preventiva.  

O agredido advogado piauiense Manoel Lopes Veloso, juntamente com o coronel Joaquim Farias (ex Ten-Cel da PM em 1962) delegado do 1º DP e o delegado (e futuro promotor) Genez Moura Lima (f.2011), passaram então a pressionar a justiça de Mossoró exigindo uma carta precatória para prendê-lo, por causa dos antigos crimes de lesão corporal cometidos no RN.

Esta carta foi emitida e já no sábado da chacina José Maria Chaves já era um homem procurado. Saiu imediatamente em busca de seu advogado Renê Rocha e então soube que o mesmo se encontrava tomando cerveja na badalada churrascaria do Posto King com o amigo Cláudio Vieira. Dirigiu-se para lá para lhe dar ciência de que a polícia o procurava para prendê-lo.

O advogado René fez então uma ligação telefônica do posto para o coronel Farias, chefe do 1º DP e soube deste que a polícia não estava querendo prender o industrial. Mas Farias teria afirmado apenas que precisava conversar com José Maria Chaves e que ele o aguardasse onde estava no restaurante do Posto King. Só que quem chegou à churrascaria foram outros policiais e não o Coronel Farias, conforme a conversa telefônica.

Sempre segundo a versão de José Maria, foi então abordado pelo delegado Auxiliar F.T Lima que o informou de estar ali para cumprir uma ordem judicial e prendê-lo.  Teria argumentado José Maria que só seria adequada sua detenção depois do Carnaval, pois necessitava resolver pendências de sua indústria de doces e ademais seu advogado já havia falado com o Coronel Farias.  O Delegado não teria aceitado os argumentos e teria dito que ele estava preso, fazendo um gesto brusco de lhe tomar a arma. Zé Maria afirma que pulou rapidamente para trás enquanto o delegado sacava sua arma. O industrial foi mais rápido e fulminou o policial.

As versões sobre este primeiro momento são muitas vezes contraditórias. Outra versão disse que realmente houve o telefonema para o Coronel Farias, mas teria por objetivo preparar uma emboscada para o dito Coronel e mata-lo. Ou seja, Zé Maria teria por objetivo matar o Coronel Farias, seu incansável perseguidor, com quem tinha rixa irreconciliável, desde a confusão com o advogado Manoel Lopes Veloso, mas foi surpreendido com a chegada não dele, mas dos quatro policiais.

Depois da morte do primeiro policial a dos outros foram rápidas. Muitos não acreditam que José Maria Chaves Maria atirou sozinho, mas também seus acompanhantes, haja vista a presença de balas de calibres diferentes nos corpos dos policiais. Mas é provável que tenha utilizado duas armas de calibres diferentes.

Da parte da polícia, segundo consta, somente o investigador Paciência (Manuel Rodrigues de Carvalho) teria dado um tiro, mas quando já havia sido derrubado com um tiro no rosto e fez um disparo a esmo, de reflexo. Dizem alguns que o Delegado F.T. Lima em nenhum momento tentou desarmar Zé Maria, mesmo porque este recebera amistosamente os policiais, inclusive dizendo que se entregaria, depois de uma conversa particular com o delegado.

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RECONSTITUIÇÃO DA CHACINA. FONTE: O DIA.

Seria mesmo José Maria Chaves um pistoleiro, um assassino ou apenas um arruaceiro e beberrão? Comentava-se na época que havia uma espécie de campanha ou pressão contra o empresário, por parte do então delegado do 1º Distrito Policial, Coronel Farias.  Aliás, o juiz Laurindo Raulino, encarregado do julgamento do criminoso, atendendo a um pedido da defesa, informou à imprensa da época que o Delegado Joaquim Farias, do 1º Distrito Policial, ao qual pertenciam os três policiais mortos, fora arrolado como testemunha de defesa de Zé Maria, que o responsabilizava como principal causador do que aconteceu no Posto King.

Zé Maria Chaves constituiu para sua defesa, além do advogado René dos Santos Rocha, outros dois; Gerardo Almeida e Nicolau Waquim Neto. Seus advogados solicitaram a transferência do criminoso para o quartel do 25º BC já que na penitenciaria onde estava correria risco de morrer. 

René dos Santos Rocha é assassinado

O jovem e dinâmico advogado René dos Santos Rocha Pinho não teve tempo sequer de iniciar a defesa de Zé Maria Chaves. Na 3ª feira seguinte ao massacre, dia 19 de fevereiro de 1974 foi assassinado em seu próprio escritório, que ficava na Rua Simplício Mendes, próximo a então Loteria Estadual, cerca de 9 horas da manhã.

Tudo aconteceu muito rápido. René Chegou ao seu escritório e como o seu relógio estivesse parado, perguntou à secretária Francisca Ferreira do Monte, que horas eram. A moça respondeu que faltavam 13 minutos para as 09 horas. Posteriormente a porta abriu-se e o primeiro tiro foi feito. Francisca viu apenas o revólver e o braço do criminoso. Apavorada correu e escondeu-se por trás de uma estante, de onde ouviu ainda vários outros disparos. O criminoso saiu sem ser visto.

Francisca correu para socorrer René já agonizante. Pela rua passava uma ambulância e ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, aonde já chegou morto.

A princípio, três hipóteses foram levantadas pela própria Polícia: René teria sido assassinado por pistoleiros do próprio José Maria Chaves porque saberia muito sobre ele e agora na fase de depoimentos poderia falar demais; teria sido uma vingança de familiares ou amigos dos policiais mortos, inconformados com os homicídios; teria sido vítima de algum desafeto que se aproveitou da sua inconveniente presença na chacina do Posto King.

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ESCRITÓRIO DE RENÉ APÓS SUA EXECUÇÃO. NO CENTRO DO CÍRCULO NA PAREDE UMA MARCA DE BALA. FONTE JORNAL DO PIAUÍ.

Uma testemunha, o porteiro do edifício onde René trabalhava depôs que vira um homem, alvo, alto, sem bigodes, chapéu preto com frisos brancos, calça preta e camisa de malha, dirigindo-se para o escritório do advogado. Sem dúvida não era o assassino, que era escuro e possuía farto bigode…

O assassino do advogado René foi o policial Luís Alves dos Santos, também do 1º Distrito, conhecido como “Pé-de-Vinvin”.

Preso, ele confessou que entrara disfarçado com um chapéu de massa, dialogou rapidamente com a secretária, e adentrou ao gabinete do advogado que foi morto com três tiros a queima roupa, sentado na cadeira de trabalho sem chances de defesa. “Pé-de-Vinvin” não acreditava que José Maria teria agido sozinho e estava obcecado por um complô dos três que bebiam na churrascaria. E por crer na participação de René, o matou. E mais: confessou que pretendia matar os outros dois envolvidos: o industrial Zé Maria Chaves e o técnico Cláudio Melo ou Cláudio Vieira.

No seu depoimento ao secretário, “Pé-de-Vinvin” afirmou que praticou o homicídio, saiu tranquilamente do prédio, tomou um táxi e foi para o Primeiro Distrito. Ficou algum tempo ali, sem comentar nada sobre o ocorrido e depois foi para casa dormir, tranquilamente, com a consciência limpa por haver começado a vingar seus companheiros.

Foi curiosa a maneira como a autoria do crime foi descoberta. O Secretário de Segurança chamou sucessivamente os policiais do Primeiro Distrito para lhes solicitar rigor na elucidação do crime. Quando chegou a vez de apelar pelo empenho de “Pé-de-Vinvin”, foi surpreendido ouvindo deste a confissão do homicídio.

Uma vez detido, “Pé-de-Vinvin” foi enviado para o Batalhão de Polícia de Trânsito, pois na Penitenciária estava José Maria Chaves e no Quartel da PM, o técnico Cláudio Melo (ou Vieira Lima).

Foi uma série de tragédias, mas a morte do jovem advogado René dos Santos Rocha Pinho foi um grande engano de “Pé-de-Vinvin”. Durante o julgamento de José Maria Chaves foram desfeitas quaisquer dúvidas sobre a participação dele e do técnico Cláudio na chacina. Zé Maria agiu sozinho. Tinha habilidade com as armas e frieza para ação calculista deste tipo.

Filho do Sr. Francisco Bezerra de Pinho e de dona Sílvia Santos Rocha Pinho, casado, pai de dois filhos, formado pela Univ. Federal do Piauí, René pertencia a uma tradicional família de advogados, a Santos Rocha.

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ÚLTIMA FOTO DE RENÉ. FONTE: JORNAL DO PIAUÍ, CEDIDA PELO JORNAL O DIA. FOI TIRADA NA NOITE DE SEGUNDA FEIRA QUANDO CHEGAVA AO DISTRITO PARA PRESTAR DEPOIMENTO. NA MANHÃ SEGUINTE SERIA ASSASSINADO.

O julgamento de Pé-de-Vinvin

“Pé-de-Vinvin” foi a Julgamento em 03 de maio de 1979. Quando isto aconteceu, o causador destas tragédias, José Maria Chaves, já havia sido fuzilado pela PM em novembro de 1978, como veremos abaixo.

A acusação veio com peso total para um plenário lotado. De família tradicionalmente voltada para a advocacia, atuaram como advogados de acusação os familiares Guido dos Santos Rocha, Paulo dos Santos Rocha (f.2012) e Iracema dos Santos Rocha (N.1927) e ainda Nicolau Waquin Neto.

O advogado de defesa foi João Leite de Brito (f.2006), o juiz era José Carneiro Neto e o promotor foi Waldir Guimarães. Pelo menos três outros advogados não aceitaram defender o policial.

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ADVOGADOS DE ACUSAÇÃO, FAMÍLIA SANTOS ROCHA. FONTE: JORNAL O DIA

Num julgamento que demorou mais de onze horas, o tribunal Popular do Júri condenou o agente de polícia “Pé-de-Vinvin” a 19 anos de prisão. Porém o juiz José Carneiro Neto reduziu a pena para 16 anos, alegando os bons antecedentes e a primariedade do réu. Na sua defesa o policial alegava a vingança dos três colegas mortos, acreditando na participação de René na chacina.

Resultado: por cinco votos a dois foi decidida a culpabilidade do Policial. Venceu a acusação que pretendia enquadrar o delito em homicídio qualificado. Ora, como “Pé-de-Vinvin” já estava cumprindo “parcialmente” o quinto ano de prisão, só lhe restariam mais 11 anos de pena. Na verdade ele nunca esteve em prisão fechada, pois passava a maior parte do tempo em liberdade.

Quando todos se retiravam, após a leitura da sentença, recebeu solidariedade de apenas um policial presente. Reclamou chorando de ter sido “esculhambado” e ameaçado em plenário. Com efeito, o advogado de acusação e primo de René, Paulo dos Santos Rocha no plenário lotado o chamou várias vezes de “égua, verme, covarde, poltrão etc.” e que se tivesse sido absolvido ninguém se responsabilizaria por seu destino. Paulo Santos Rocha se irritava ao ver frequentemente “Pé-de-Vinvin” batendo papo com policiais na porta da Secretaria de Segurança, quando deveria estar preso.

Foi solicitado até teste de insanidade mental para “Pé-de-Vinvin”, no intuito de livrá-lo de uma condenação, mas o resultado deu negativo.

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FONTE: O DIA

O Julgamento de José Maria Chaves

Voltando ao industrial José Maria Chaves, ainda em 1974 o juiz Dário Fortes do Rego recebeu e negou sua transferência para cumprir pena na penitenciária de Mossoró, Rio Grande do Norte. Foi recusado atendimento a Precatória do juiz de Mossoró pedindo que fosse entregue aquele cidadão à justiça potiguar para que cumprisse pena naquela cidade, condenado que fora por lesões corporais ocorridas há mais de quatro anos. 

O juiz percebeu que naquele pedido havia o interesse de seu advogado e de sua família. Ora, o crime cometido em Mossoró era apenas de lesões e o de Teresina era de triplo homicídio. Percebendo alguma artimanha, e na dificuldade futura de julgar o criminoso no caso de ele estar em Mossoró cumprindo ou não uma pena, Dário Fortes negou o pedido.

Cinco anos antes do julgamento de “Pé-de-Vinvin”, em maio de 1974, José Maria Chaves foi levado ao júri Popular e acabou sendo absolvido surpreendentemente por unanimidade (7×0), cuja sessão fora presidida pelo juiz José Carneiro Neto, o mesmo que julgou “Pé-de-Vinvin”.

Na acusação esteve o Promotor Manoel Nunes e na defesa do réu o jurista Jurandy Porto (atuante até hoje em Teresina). Resultado esquisito….Teria prevalecido a tese de que José Maria realmente só reagiu ao delegado F.T Lima? Foi tão convincente assim a defesa do réu? Este julgamento foi, entretanto anulado pelo Tribunal de Justiça.  Haveria um segundo…Ou talvez o destino dissesse que não…

Em 13 de novembro de 1974 dentro do sistema de prisão albergue, José Maria Chaves, o autor da chacina do Posto King conseguiu permissão judicial para trabalhar durante o dia fora da Penitenciária de Teresina, sob vigilância e proteção policial. O benefício foi concedido pelo juiz da Primeira Vara Criminal, Dário Fortes do Rego (f.2014), estendendo a medida a todos os presos. Parece que sempre a justiça declinava em favor do criminoso.

José Maria Chaves poderia então voltar a dirigir sua fábrica de doces, que vinha sofrendo sucessivos prejuízos com a sua ausência. O Cartório Criminal enviou ofício à direção da penitenciária, autorizando a saída do réu para o serviço na zona urbana de Teresina, com o devido acompanhamento.

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ZÉ MARIA CHAVES, SATISFEITO COM SUA LIBERDADE PROVISÓRIA. FONTE: O DIA 

O fuzilamento de Zé Maria Chaves

José Maria Chaves iria ao segundo julgamento no início de 1979, mais ou menos na época do de “Pé-de-Vinvin”. Antes de enfrentar o Júri Popular, o criminoso morreu varado de balas pela PM do Piauí em 28 de novembro de 1978. Bêbado num cabaré da zona sul no bairro São Pedro, próximo ao antigo SAMEPI, provocava desordens e ameaçava os frequentadores. Dizem que a “madame” ligou para a Rádio Patrulha e advertiu: “venham preparados porque é o Zé Maria Chaves”. E realmente os PMs foram preparados. Não queriam ser mais umas vítimas de surpresa mortal como aconteceu com os policiais civis na Chacina do Posto King. No brega fuzilaram o pistoleiro.  Não sabemos as circunstâncias do acontecimento e nem se realmente foi uma autodefesa por parte dos PMs , se foram recebidos á mira de armas por parte de José Maria Chaves ou se foi uma execução sumária há muito esperada…

Coincidência: ele também morreu num sábado, às 15 horas, da mesma forma que matou os policiais.

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JOSÉ MARIA CHAVES ABATIDO PELOS TIROS DA PM. FONTE: O DIA.

Observações

Quanto a Cláudio Vieira Lima, Técnico da Secretaria de Fazenda, uma vez isento de acusações e ciente do acontecido a René dos Santos Rocha, saiu de vez do Estado, talvez para nunca mais voltar. Ora os jornais consultados o chamam de Cláudio Melo, ora o identificam como Cláudio Vieira Lima.

Muitas datas foram citadas erroneamente no passado pelos jornais e ainda o são nos comentários modernos. Exemplo, alguns afirmam que a chacina ocorreu num sábado, dia 14 de fevereiro e a morte de René na segunda, 16 de fevereiro. Tudo errado; a chacina foi realmente no sábado, mas 16 de fevereiro e a morte de René na terça, 19 de fevereiro.

Fontes:

http://www.gterra.com.br/caso-de-policia/20

http://180graus.com/pedro-alcantara/chacina-do-posto-king-em-teresina-completa-40-anos

JORNAL DO PIAUÍ: edições de 19/02/74 e 20/02/1974

ESTADO DO PIAUÍ: edição de 21/02/1974

O DIA: edições de 03/05/1979 e 13/11/1974