Um breve passeio pela Esplanada da Estação Ferroviária da Parnahyba

Em um breve passeio pela Esplanada da Estação Ferroviária, no centro da cidade de Parnaíba, é possível fazer uma viajem no tempo, encontrando máquinas, prédios e os trilhos que nos remetem a um período importante, que teima em continuar fazendo parte da memória da cidade.

A Esplanada da Estação é um espaço onde estão situados prédios que abrigam a antiga Estação Ferroviária. O espaço da Estação Ferroviária no passado significou: sociabilidade, diversão e trabalho. O trem alegrava as tardes de quarta e sexta-feira, chegando à Esplanada da Estação com sua composição repleta de frutas, animais, beijus, farinha, goma e as gostosas tapiocas de Marruás. Hoje, abriga o Museu do Trem do Piauí, inaugurado em 15 de agosto de 2002, que disponibiliza acervo de fotos, objetos e ferramentas de trabalho da época, marco do progresso do município.

Por estar incorporada ao nosso cotidiano, na grande maioria das vezes, não nos damos conta de tamanha riqueza histórica, da qual falarei e mostrarei nesse pequeno escrito.

O primeiro elemento a ser visitado nesse passeio é também o que mais se sobressai devido à sua localização estratégica. É defronte ao cruzamento das avenidas Chagas Rodrigues e Getúlio Vargas (antiga Rua Grande), que descansa a Velha Locomotiva Maria Fumaça.

A locomotiva 29, de procedência da Estação Ferroviária Nacional, foi fabricada nos Estados Unidos e percorreu o solo piauiense do Portilho ao Cacimbão, desde a sua inauguração em outubro de 1916.
Em 2006, foi incluída no inventário das locomotivas a vapor do Brasil, sendo a única do Piauí a fazer parte da memória ferroviária nacional. A Maria Fumaça exerceu durante décadas, grande influência no desenvolvimento econômico da cidade.

Mais adiante, seguindo em direção à Estação, duas esculturas chamam a atenção e imortalizam grandes personalidades da história parnaibana. A primeira, uma estátua de Simplício Dias da Silva, com um olhar vigilante para a Rua Grande, esse vulto da Parnaíba, foi ali perpetuado por obra do Escultor Charles Santeiro, que dedica a obra aos parnaibanos.

Simplício de “olho” para a Rua Grande.
Simplício Dias da Silva, viveu de 02/03/1773 a 17/09/1829.

A outra escultura é um busto do Engenheiro Miguel Furtado Bacelar. Foi sob a sua administração que foram assentados os primeiros 147 km de trilhos em território piauiense.

O Engenheiro Miguel Furtado Bacelar, a observar simbolicamente, o vai e vem dos trens que chegavam e partiam da Estação Ferroviária da Parnahyba.

Poucos passos depois, chego à Estação Ferroviária da Parnahyba, datada de 1920, ainda bem conservada, abriga atualmente o Museu do Trem.

No frontão da Estação, destaque para as iniciais E.F.C.P (Estrada de Ferro Central do Piauí). A data de 1920, e logo mais abaixo o nome da cidade com a grafia “PARNAHYBA”.
No prédio atualmente funciona o Museu do Trem, que estava fechado no dia da minha visita.
Ao fundo, vemos um dos prédios que compõem o acervo da Esplanada da Estação, era o Almoxarifado. Nele hoje funciona uma repartição pública.

Ainda na Estação, do lado dos trilhos, está parada uma grande locomotiva, com vários vagões, talvez figurativa, mas dando a impressão de que a qualquer momento tomará um destino qualquer, talvez rumará para alguma Estação que esteja na cabeça de um sonhador como eu.

Locomotiva parada ao lado da Estação Ferroviária da Parnahyba.
Mais afastado da Estação, se encontra uma antiga máquina, que penso ser para manutenção da linha. Ao fundo a caixa d’água.

Em toda a Esplanada, estão margeando a linha uma série de prédios que serviram à Estrada de Ferro Central do Piauí.

Posto Médico de 1940 e Armazém de 1952.

Seguindo em direção à Praça Mandu Ladino (praça do Quadrilhódromo), encontramos mais um importante artefato. Ao lado da Praça está exposta uma vistosa locomotiva com o seus charmosos vagões.

Locomotiva exposta próxima à Praça Mandu Ladino.
Vagões, muito usados como pano de fundo para fotografias.

Um curto passeio de menos de duas horas que valeu a pena.