O Rio Pirangi é mesmo surpreendente, já andei nas suas cachoeiras, ponte de passagem do trem e até passei remando na sua foz. Mas, o que mais me surpreendeu são as gravuras rupestres existentes nos paredões da sua margem.
Em tempo: no final dessa matéria tem uma série de links para artigos e vídeos com relatos detalhados sobre essas andanças pelo curso do Rio Pirangi.
As gravuras da localidade Branquinhas: Agora por último, tive a oportunidade de conhecer outras gravuras rupestres, estas cravadas no próprio leito do Pirangi, um lajeiro na localidade Branquinhas, município de Buriti dos Lopes. Fiz para lá uma expedição no dia 1 de outubro de 2023. Fui ciceroneado pelo poeta, escritor, ativista cultural e senhor de tantos saberes, falo de Neném Calixto. Nesse artigo falarei da nossa experiência na localidade Branquinhas.
Em tempo: Sobre a expedição, além desse texto tem um vídeo documentário e os registros das gravuras na base do Projeto Artes do Bitorocaia (links abaixo).
Povoado Branquinhas: O povoado Branquinhas está distante cerca de 32 km da sede do município de Buriti dos Lopes, fica na margem do Rio Pirangi e bem próximo dos limites entre as cidades de Buriti dos Lopes, Cocal e Bom Princípio, todas no Piauí.
Trilha até as gravuras: Depois de um bom bate-papo e de conhecermos parte do povoado, seguimos em trilha por cerca de 300 metros até a margem do Rio Pirangi, para então conhecermos as gravuras.
As gravuras no leito do Pirangi: No local prevalecem as gravuras de pegadas com três dedos (provavelmente de aves) e círculos concêntricos (mandalas). Além de outras formas soliformes, muitas abstratas e poucas de semelhanças antropomórficas. Veja abaixo:
A estranha face:
Uma gravura chamou a atenção pela semelhança com uma face humana. Sr. Raimundo fez questão de destacar a gravura que me cerca de 20 cm de diâmetro e aparentemente não é uma gravura provocada e sim a formação natural da rocha.
Nota triste: Observei sinais de depredação na área onde ocorrem as gravuras.
Proteção da área: Sr. Raimundo nos fala do desejo de cercar a área, impedindo a entrada de animais e pessoas não autorizadas.
Despedida com talento: Antes de irmos embora e depois de um excelente almoço, ouvimos o talentoso sanfoneiro Raimundo Carvalho (Raimundo Sanfoneiro). Sr. Raimundo tocou em algumas bandas da região, mas hoje, se dedica às lidas do campo. Mesmo assim, o talento com a sanfona continua e nos presenteou com o típico som, puramente nordestino (confira no vídeo documentário abaixo).
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutorando em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.