O Professor Doutor Francisco Gerson Amorim de Meneses, lotado no IFPI Campus Parnaíba, foi um dos vencedores da 12º Edição do Prêmio Luiz de Castro Faria. O Prêmio foi criado em 2013 e é promovido anualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através do Centro Nacional de Arqueologia (CNA). Tem como objetivo, reconhecer a pesquisa acadêmica que verse sobre o tema da preservação do patrimônio arqueológico brasileiro.
Em tempo 1: O concurso faz referência à atuação do museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (N. 1913 – F. 2004). Personagem atuante no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele contribuiu para a formação de várias gerações de especialistas e professores no campo da arqueologia. Castro Faria dedicou-se à pesquisa e preservação de grutas naturais e sambaquis em quase todo o litoral brasileiro. Seus registros científicos reconstituíram parte da história do Brasil e fortaleceram o movimento de conscientização sobre a importância dos sítios arqueológicos.
O Professor Gerson Meneses concorreu e venceu na Categoria I – Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro. O artigo submetido ao concurso pelo Professor Gerson, é fruto do seu estudo de Pós Doutorado pela Universidade Federal do Piauí – UFPI e tem como título O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3d das gravuras rupestres do Rio Pirangi – trecho ponte, norte do Piauí – Brasil. O estudo é supervisionado pela Professora Doutora Ana Luisa Meneses Lage do Nascimento e visa a criação de um protocolo acessível e de baixo custo para a composição de modelos em 3D, de painéis com arte rupestre, a partir da fotogrametria.
O Sítio Arqueológico estudado pelo Professor Gerson Meneses, está localizado no município de Buriti dos Lopes – Piauí, logo abaixo da ponte da BR 343 sob o Rio Pirangi. Neste Sítio Arqueológico, existem pelo menos 5 painéis com gravuras rupestres. Pela localização e falta de infraestrutura para visitações, o Sítio permanece em constante ameaça de depredação, além de outras ameaças como o acúmulo de lixo e pichações. Desta forma, necessita urgentemente de uma intervenção por parte das autoridades.
De acordo com o Professor Gerson Meneses “a criação de modelos em 3D dois painéis com gravuras rupestres, promovem a preservação da memória destes locais, no momento em que, estando digitalizados, os painéis de gravuras rupestres podem ser consultados posteriormente, por pesquisadores e demais interessados no tema. Com os modelos em 3D, a visita aos painéis é feita a partir de uma imersão interativa, onde é criada uma perspectiva mais próxima possível de uma observação inloco. No entanto, bom deixar claro, que é imprescindível que as autoridades executem medidas urgentes para a preservação física do local”.
Em tempo 2: O Professor Gerson Meneses, já atua há muitos anos em pesquisas relacionadas à Arte Rupestre existente em território piauiense, o mesmo executa desde 2018, o Projeto Artes do Bitorocaia – Mapeamento Arqueológico. O projeto tem o intuito de disseminar ações de conscientização das comunidades do entorno dos Sítios sobre a importância de preservação e valorização, assim como, ser uma fonte para pesquisas relacionadas aos Sítios cadastrados. Na base digital do Projeto Artes do Bitorocaia, até o momento já foram catalogadas cerca de 1400 imagens em mais de 100 Sítios Arqueológicos distribuídos em 15 municípios e 2 Parques Nacionais do Piauí. Em cada sítio mapeado, são coletados dados de georreferenciamento, fotografias, descrição do estado atual do sítio e informações a partir do ponto de vista das comunidades do entorno. O Projeto é mantido com recursos próprios e pode ser acessado a partir do endereço: https://portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/.
A Cerimônia de Premiação da 12º Edição do Prêmio Luiz de Castro Faria, se dará na sede do IPHAN em Brasília, no dia 16 de dezembro de 2024. Por ter conseguido a 1ª colocação no Prêmio, o Professor Gerson Meneses, receberá 7 mil reais. Já a divulgação do artigo para a comunidade científica, ficará a cargo do IPHAN e deverá ser feita no próximo ano.
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