A Caminhada do Caju é uma atividade que celebra uma tradição ancestral, iniciada ainda pelos índios Tremembé, continuada pelas famílias de Parnaíba no século passado e que atualmente está sendo rememorada a partir da ideia do escritor e historiador parnaibano Vicente de Paula Araújo Silva (conhecido como Vicente Potência) e um grupo de amigos.
Trata-se da Caminhada do Caju “...quando chegava a época dos cajus, as famílias de Parnaíba saiam de madrugada, atravessavam o rio em uma canoa na altura do Bairro do Carmo (Coroa do Igaraçu), vinham apanhar caju aqui no Labino e levavam para fazer uma caldeirada de peixe no caju azedo, acompanhada de um pirão escaldado”, afirma Vicente Potência.
Vicente Potência afirmou também que havia feito a última Caminhada do Caju há 65 anos, quando no ano passado teve a ideia de refazer novamente o histórico percurso junto com os amigos Chagas Fontenele e Manoel Moreira. O objetivo era ver como estava a situação do local após a construção da nova estrada que levará à Pedra do Sal a partir da nova ponte, diz ele: “ano passado tivemos a primeira e esse ano a segunda Caminhada do Caju”.
A Caminhada começou na altura da Fazenda Paraíso, margem do Rio Igaraçu, já do lado da Ilha Grande de Santa Isabel, atravessou paisagens com carnaubais, alagados e um bom trecho seguindo na estrada recém construída, antes de chegar aos cajueirais do Labino, o percurso todo foi de 7 km.
Durante o percurso, é possível ver cenários que mostram as belezas naturais do litoral do Piauí. A seguir, alguns registros feitos na trilha.
Chegamos então aos cajueirais, no mês de agosto ocorre uma abundância de caju na região.
Para completar a tradição, uma Caldeirada de Peixe com Caju foi servida no final da trilha no Clube do Bebé, parada final da Caminhada, já no Labino.
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutorando em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.