O “Carro-Fantasma” é um tipo de fenômeno inexplicável, luminoso, que ocorre nas solidões rurais do Nordeste e possui similares na Amazônia. Os depoimentos em estados diferentes, em épocas diferentes e em circunstâncias diferentes, quase sempre coincidem. Há um padrão comum a todos.
Apresenta-se como um distante facho de luz (ou dois), às vezes acompanhado por um suave rumor, como se fosse de um motor.
Nas imensas dunas do Parque dos Lençóis Maranhenses é conhecido como Jipe-Fantasma ou Caburé, com as mesmas características do “Carro-Fantasma”.
Na Amazônia, região de hidrografia muito rica, é conhecido pelos ribeirinhos como “Barco-fantasma” ou “Vapor-Fantasma”, e às vezes também é chamado de Caburé.
Eis aqui um caso sobre o famoso carro-fantasma das solidões rurais, desta vez no Parque Nacional de Sete Cidades, norte do estado do Piauí, publicado no nosso livro Arrepios e Assombrações em Sete Cidades (2001):
“Numa cálida e silenciosa noite de 1996, dois vigilantes do Parque faziam a guarda no abrigo (Pousada) da Unidade de Conservação.
“Estava faltando energia elétrica e tênues clarões de velas eram a única iluminação do local, sem nenhum hóspede naquela época, de baixa estação turística. De qualquer maneira, para os dois funcionários, parecia ser apenas mais uma sonolenta e monótona noite. Puro engano! A noite estava apenas começando…
“Repentinamente, ouviu-se um leve barulho, como que o ronco suave de um motor de carro novo. Uma leve claridade parecia crescer de intensidade aos poucos, à medida que o barulho se tornava mais audível.
“Gérson, um dos vigilantes (conhecido como Gordo), comentou desconsolado para o colega, conhecido como Júnior:
“Vamos nos preparar Júnior, que lá vem um visitante para se hospedar.
E o pior, Gerson, é ajeitar os apartamentos faltando luz. Mas, fazer o que? Vai ser na vela mesmo. Vamos aguardar.”
“Assim os dois ficaram pacientemente, observando sempre o crescente aumento da luminosidade na estrada sul do Parque.
“Mas, de repente, tudo sumiu… nem mais o suave e uniforme ronco do motor nem o resplendor dos faróis entre as árvores. O que teria acontecido? Alguma pane no veículo? O motorista desligara o carro para bater uma pestana, já a uns 200 metros da Pousada? Esquisito, não?
“Passaram-se as horas e, impressionados e cansados pela expectativa, os dois vigilantes recolheram-se no pátio interno do abrigo, onde havia alguma claridade de velas. E ali passaram o resto da noite.
“Ao amanhecer, Gerson e seu colega Júnior se reuniram com os dois vigilantes das duas únicas entradas do Parque. Indagara-nos sobre o automóvel e comentaram o procedimento esquisito do motorista. Qual não foi a surpresa dos dois ao ouvirem dos colegas que nenhum veículo havia adentrado ao Parque pelas guaritas durante toda a noite!
“Júnior, rapaz, bem que o papai diz que aqui em Sete Cidades acontece muita coisa encabrojada! Desabafou o aturdido Gerson para o espantado Júnior.”
O VIGILANTE GÉRSON, POUCOS MESES APÓS O FENÔMENO DO “CARRO-FANTASMA”
POUSADA DO PARQUE (HOJE ABANDONADA) ONDE ESTAVAM OS DOIS VIGILANTES QUE ASSISTIRAM O FENÔMENO
A PAISAGEM SURREALISTA DAS SETE CIDADES DO PIAUÍ ABRIGA UM CELEIRO DE CASOS SOBRENATURAIS
Segundo o credivertentes/portalsaotiago o fenômeno do “Carro Fantasma” ocorre em todo o Brasil e outros países, recebendo nomes regionais.
No Maranhão é conhecido como “Caburé”; na Paraíba seria “Carro de Visagem”. Os fantasmas ou a imaginação humana, também ao que parece, se modernizam. Após o surgimento dos primeiros veículos motorizados, inúmeras pessoas passaram a relatar avistamentos ou ainda de serem vítimas de quase atropelamentos ou abalroamentos por carros, caminhões e jipes “do outro mundo”.
Tais ocorrências se davam, via de regra, em estradas vicinais rurais ou ermas, de pouco tráfego ou mesmo em rodovias, porém, em horários de reduzido movimento. Veículos, na acepção das pessoas que os encontraram, geralmente silenciosos, que surgiam praticamente do nada e que desapareciam também de forma súbita.
Um renomado ufólogo mineiro Prof. Antonio Faleiro (N. 1941), autor de vários livros sobre o assunto desde os anos 1970, esclarece que, tais quais outros inúmeros mitos de nosso folclore e da crendice popular, o “Carro Fantasma” é uma manifestação explícita de UFOS ou “Discos Voadores”, aparelhos de alta tecnologia e de origem certamente extraterrestre.
O que posso garantir é que os dois vigilantes, que conheci pessoalmente, nunca haviam ouvido falar nada a respeito do tal carro-fantasma. Fenômeno ufológico? Ilusão de ótica? Histeria coletiva? Alucinações? Ilusão de ótica não é acompanhado por barulhos. Histeria coletiva e alucinações não causam fenômenos idênticos no tempo e no espaço. Para muitos são sondas interplanetárias que nos vigiam e devassam nosso território constantemente sabe-se lá por que.
Referências:
Faleiro, Antônio. UFOS no Brasil – misteriosos e milenares. Ed. CBPVD.
http://www.credivertentes.com.br/uploads/files/Boletim_Maio.pdf. Acessado em 15/03/2014