Em um breve passeio pela Esplanada da Estação Ferroviária, no centro da cidade de Parnaíba, é possível fazer uma viajem no tempo, encontrando máquinas, prédios e os trilhos que nos remetem a um período importante, que teima em continuar fazendo parte da memória da cidade.
Por estar incorporada ao nosso cotidiano, na grande maioria das vezes, não nos damos conta de tamanha riqueza histórica, da qual falarei e mostrarei nesse pequeno escrito.
O primeiro elemento a ser visitado nesse passeio é também o que mais se sobressai devido à sua localização estratégica. É defronte ao cruzamento das avenidas Chagas Rodrigues e Getúlio Vargas (antiga Rua Grande), que descansa a Velha Locomotiva Maria Fumaça.
Mais adiante, seguindo em direção à Estação, duas esculturas chamam a atenção e imortalizam grandes personalidades da história parnaibana. A primeira, uma estátua de Simplício Dias da Silva, com um olhar vigilante para a Rua Grande, esse vulto da Parnaíba, foi ali perpetuado por obra do Escultor Charles Santeiro, que dedica a obra aos parnaibanos.
A outra escultura é um busto do Engenheiro Miguel Furtado Bacelar. Foi sob a sua administração que foram assentados os primeiros 147 km de trilhos em território piauiense.
Poucos passos depois, chego à Estação Ferroviária da Parnahyba, datada de 1920, ainda bem conservada, abriga atualmente o Museu do Trem.
Ainda na Estação, do lado dos trilhos, está parada uma grande locomotiva, com vários vagões, talvez figurativa, mas dando a impressão de que a qualquer momento tomará um destino qualquer, talvez rumará para alguma Estação que esteja na cabeça de um sonhador como eu.
Em toda a Esplanada, estão margeando a linha uma série de prédios que serviram à Estrada de Ferro Central do Piauí.
Seguindo em direção à Praça Mandu Ladino (praça do Quadrilhódromo), encontramos mais um importante artefato. Ao lado da Praça está exposta uma vistosa locomotiva com o seus charmosos vagões.
Um curto passeio de menos de duas horas que valeu a pena.
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutorando em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.