Inspirada na arquitetura colonial brasileira esse tipo de construção era comum entre as casas de pessoas de posse da época.
Tinham características próprias, geralmente eram casas de um pavimento, ou com sobrados, as telhas de barro eram utilizadas para cobertura das residências.
Uma de suas residências também era um sobrado que fica na rua Pedro II na esquina com a Félix Pacheco. Gentil possuía muitas terras e casas na cidade. A casa da foto fica no Quadro da Igreja.
Quem era Gentil Cardoso
Oriundo de uma das mais tradicionais famílias castelenses desde à época da Vila de Marvão, Gentil Newton Cardoso foi um rico fazendeiro e próspero comerciante de nossa região.
Dentre suas fazendas uma das que mais produziam e se destacavam era a fazenda e sítio Brotas, distante pouco mais de 12 km da sede do município no sentido de São Miguel do Tapuio na margem da estrada.
Gentil também tinha lojas na Vila de Marvão, chamados de mercantil, essas vendas eram abastecidas de muitos produtos, os chamados secos e molhados, utensílios para o lar, ferramentas para o homem do campo dentre outros.
Por ser de uma família tradicional e ter muitas posses, Gentil foi nomeado intendente na então Vila de Marvão e também prefeito em Castelo do Piauí.
Como o próprio nome, Gentil era uma pessoa muito educada, simpática e gentil. Gostava de sempre cumprimentar as pessoas quando passava e atendia bem à todos. Comentou Waldeburg Sales, que nos contou algumas histórias da época.
Sempre que podia era costume do coronel Gentil Cardoso dar uma volta pela pequena vila montado em seu cavalo.
Quando se ouvia ele chamar por Atanásio, um de seus funcionários, todos já sabiam que era para preparar o Príncipe, seu cavalo de passeio.
Imagine aí caro leitor aquelas novelas de época da Globo, pronto. A vestimenta de nosso personagem era como aquelas dos atores.
Uma calça listada, uma camisa e um colete com uma gravata borboleta. No colete havia um bolso em cima onde era colocado o relógio de algibeira e um currimboque para guardar o fumo picado.
Gentil também junto com seus familiares tinham alguns negócios em Crateús no Ceará e lá como aqui também eram donos de muitas posses.
A casa hoje
Infelizmente o centro histórico da simpática Vila de Marvão, atual Castelo do Piauí vem perdendo suas características.
Construções seculares foram e continuam sendo demolidas para dar lugar a modernas residências e à pontos comerciais.
Se não for feito algo, ou um projeto de tombamento de pelo menos das fachadas, em pouco tempo o lugar que a Côroa Portuguesa doou uma legua de terra em quadra para a construção das primeiras casas da Vila de Marvão perderá suas características coloniais.
Texto e foto: Augusto Júnior Vasconcelos.
Colaboração: Francisco Waldeburg Sales.