Uma experiência extraordinária foi vivenciada hoje, 10 de março de 2024, por alguns membros do Grupo Trilhas PHB. Desta vez, o palco foi a região do entorno no Porto dos Tatus, no município litorâneo de Ilha Grande do Piauí. Tivemos a oportunidade de acompanhar um grupo de Senhoras, conhecidas como marisqueiras, na sua lida de catar mariscos.
A cata do marisco é uma atividade econômica importante no município de Ilha Grande do Piauí, a partir deste pequeno animal conhecido cientificamente como Anomalocardia brasiliana, as mulheres da comunidade garantem uma renda extra para a família.
A atividade de cata do marisco é muito relevante para o sustento das famílias, principalmente em períodos do defeso ou da piracema, em que a cata do caranguejo e a pesca são proibidas, influenciando no sustento das famílias ribeirinhas. No caso da cata do marisco, não há impedimento, assim, as marisqueiras tem todo o ano para trabalhar, sem interrupções.
De acordo com a marisqueira Cátia, o marisco é a matéria prima para a produção de vários pratos com receitas da culinária típica da região e a partir dele pode ser feito: baião de quatro, torta, creme, farofa, ensopado e até lasanha. Ainda segundo ela, a associação tem em torno de 50 marisqueiras associadas e o trabalho de cata do marisco é feito sob demanda. Diz ela: “atendemos aos nossos clientes que fazem as encomendas e de acordo com esses pedidos a gente faz o serviço, a quantidade de marisqueiras que vai para a cata é de acordo com o tamanho do pedido”.
A Associação dos Catadores de Mariscos da Ilha Grande é presidida atualmente pela Sra. Luiza, segundo ela, ao chegar da cata, o marisco é cozinhado na lenha e depois peneirado e posteriormente, após ser extraído, ele é limpo para ser comercializado. Diz ela “…as vezes, quando tem muito trabalho, a gente sai daqui 1 hora da manhã.”
=> A trilha: A trilha completa junto com as marisqueiras é feita mediante o fechamento de um pacote e está incluso, além do passeio (trekking e barco), um café da manhã antes da trilha e um almoço, que é servido ao chegar. Ao todo são cerca de 11,5 km, entre alagados, vegetação fechada, dunas e rio.
No percurso da trilha, é possível colher e degustar algumas frutas típicas da região, como a melancia, por exemplo. Além de observar várias paisagens. A Seguir, alguns registros:
=> Artefatos cerâmicos Alguns antiquíssimos fragmentos cerâmicos foram encontrados na trilha, registros vivos dos povos originários que habitavam no Delta do Parnaíba, entre eles, os povos indígenas Tremembés, ancestrais de Dona Luiza.
Em tempo: para mais informações sobre a “Trilha das Marisqueiras” confira o instagram @marisqueiras.ilhagrande ou entre em contato pelo número: 86 99562-5016.
F Gerson Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Pós-Doutorando em Arqueologia; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.