Monsenhor Olavo Passos, o amigo das crianças e dos pobres

Eu quisera voar
Nas asas de um beija-flor,
Para vocês abraçar
Com ternura e muito ardor.

Nasceu em Viçosa do Ceará, a 15 de novembro de 1899, filho legítimo de Antonio Honório Passos e de Francisca Olgarina Passos. Deste matrimônio nasceram 08 (oito) filhos: Mário, Antonio, Olavo, Alaide, Honorina, Caio, Diva e Marieta; do segundo matrimônio nasceram mais dois filhos de Dona Maria Aragão Passos: Maria da Salete e Rubens Passos. Todos se casaram, exceto Monsenhor Olavo e Honorina que foi religiosa, irmã de caridade por mais de 25 anos. Deixou a ordem religiosa e foi morar em Sobral com Monsenhor Olavo Passos, onde fundou um Colégio com Externato e Internato. Ela fora educada no Colégio Sion do Rio de Janeiro e lecionava: Matemática, Português e História.

Monsenhor Olavo fez seus estudos primários em Viçosa do ceará, estudou em Sobral e Fortaleza. Foi ordenado sacerdote por Dom José Tupinambá da Frota em Sobral a 15 de abril de 1923. Celebrou sua primeira missa na catedral de Sobral a 16 de abril de 1923. Foi nomeado vigário cooperador do padre Custódio de Almeida Sampaio, em São Benedito, sucedendo-o logo depois como vigário da paróquia. De 1933 a 1934 lecionou no Seminário Menor de Sobral. Foi nomeado Cura da Sé de Sobral a 08 de fevereiro de 1935. Foi agraciado com o Título de Cônego Honorário do Cabido Metropolitano de Olinda e Recife. Depois de alguns anos o Papa Pio XII concedeu-lhe o Título de Monsenhor, Protonotário Apostólico. Em 1939 foi nomeado reitor do Seminário Diocesano. Foi nomeado Vigário Geral da Diocese e durante este tempo organizou as seguintes instituições:

a) Juventude Operária Católica;

b) Círculo Operário Católico;

c) Obra de Assistência Social e Religiosa das Crianças Pobres;

d) Diretor Espiritual do Seminário Menor.

Desde 1936 que se preocupou em organizar e dirigir as congregações marianas, dando-lhes um grande impulso indo até a fundação da Federação das Congregações Marianas (masculinas e femininas) de toda a diocese. Foi em período áureo, o cargo de Vigário Geral exerceu por longo tempo. Foi um sacerdote exemplar e muito querido por todo o clero diocesano.

Foi capelão da Igreja do Menino Deus em Sobral.

Celebrou suas Bodas de Prata Sacerdotais em 1948 em Sobral.

Fez suas Bodas de Ouro Sacerdotais em 1973.

Transferiu-se de Sobral para a diocese de Parnaíba no Piauí em 1954, onde exerceu vários cargos e por fim já velho e doente resolveu ir ajudar o seu colega, Monsenhor Benedito em Piracuruca, e depois continuou ajudando o Padre Oney, cearense que trabalha na diocese de Parnaíba.

Monsenhor Olavo foi um sacerdote de muitas virtudes, destacando-se o Espírito de Pobreza. Tudo que ganhava dava aos pobres. Soube superar em silêncio as injúrias e difamações de que foi vítima. Viveu pobre, preocupou-se sempre com os pobres, principalmente crianças e morreu pobremente.

Na velhice entendeu cultivar a veia poética, escrevendo muitas quadras e sonetos, explorando os temas: a beleza da natureza, a beleza da vida, a dor, o sofrimento.

“Eu quisera voar

Nas asas de um beija-flor,

Para vocês abraçar

Com ternura e muito ardor”.


Mosenhor Olavo Passos, ao fundo a Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Piracuruca-PI.

Em Piracuruca, encontrou uma família caridosa que cuidou dele até a morte, ressaltando a Senhora Aluísia da Costa Sousa. Segundo a mesma ele confessou até na véspera da morte, ocorrida às 16:00 h do dia 13 de abril de 1987. O velório foi feito na Matriz de Piracuruca. Suas exéquias foram celebradas pelo Senhor Bispo Dom Joaquim Rufino do Rego, de Parnaíba e Concelebração de 08 sacerdotes, inclusive o Vigário de sua terra natal, Monsenhor Francisco das Chagas Martins que compareceu com o Prefeito Francisco Haroldo de Vasconcelos e uma representação da Cidade de Viçosa do Ceará.

Esta é a homenagem Póstuma que nós os viçosenses, clero sobralense e os amigos de Sobral, Parnaíba e de Piracuruca, desejamos prestar ao nosso querido amigo e irmão Monsenhor Olavo Passos, porque ele foi o homem, o sacerdote, o justo. “Passou pela vida fazendo o bem…Foi causa de muita contradição”, como o mestre Jesus.

Fonte: Monsenhor José Furtado Cavalcanti – Meruoca-CE, 13 de abril de 1988