A cidade de Buriti dos Lopes fica no norte do Estado Piauí, é passagem obrigatória de quem trafega pela BR 343 com destino ao litoral do Piauí. É conhecida com a “terra do arroz” devido ser uma das cidades que mais produzem arroz no Piauí. A produtividade agrícola da cidade se dá em virtude, principalmente, da existência em seu território de uma grande lagoa, conhecida como Lagoa Grande do Buriti.
Lagoa Grande do Buriti, ao fundo o morro da Bandeira.
A Lagoa Grande do Buriti marca o encontro de dois dos maiores rios do Piauí, ela recebe águas do Rio Longá e joga no Rio Parnaíba. O Rio Parnaíba marca a divisa entre os estados do Piauí (leste) e do Maranhão (este). O encontro dos dois rios Longá e Parnaíba se dá na localidade Barra do Longá. Porém, o tema aqui desse texto é arqueologia, pois a cidade é uma das poucas no Piauí que tem arte rupestre talhada (petróglifos) e também pintada (pictograma).
Já produzi um documentário em texto e em vídeo sobre os petróglifos localizados no Sítio Arqueológico do Rio Pirangi, link abaixo dessa matéria.
Agora falarei dos pictogramas, pois, conheci no dia 29 de janeiro de 2023, o Sítio Arqueológico Pedra do Letreiro, também conhecido como Furna de São Cosme. Fui ciceroneado pelo escritor e incentivador cultural Neném Calixto. Escrevi recentemente aqui para o Portal Piracuruca, um texto sobre o Neném Calixto, link no final dessa matéria.
Ao lado do escritor Neném Calixto, que me acompanhou na trilha até a Pedra do Letreiro.A Pedra do Letreiro do Buriti, fica a cerca de 2 km (em linha reta), do centro de Buriti dos Lopes e também a cerca de 2 km (em linha reta), da margem da Lagoa Grande do Buriti.
O Sítio Arqueológico da Pedra do Letreiro, apresenta um painel com muitas pinturas, sobreposições e algumas pinturas já deterioradas, também foi observado desprendimento do arenito em alguns pontos do painel.
Painel rupestre da Pedra do Letreiro do Buriti.Uma das principais pinturas do painel.Algumas pinturas sobrepostas.Alguns sinais de deterioração em algumas das pinturas.Desprendimento das placas de arenito, com elas, vão-se parte das pinturas.
Em tempo: Recomendações básicas ao visitar um sírio arqueológico com pinturas: => sempre seguir na trilha acompanhado por um guia, => não tocar nas pinturas, => não interferir no local, fazendo pichações, => não retirar material do local como rochas ou areia, => não colocar fogo próximo às pinturas e => não jogar lixo nas trilhas e nem nos sítios.
Na visita, foi feito os registros das pinturas para a inserção na base do Projeto Artes do Bitorocaia. Link para as pinturas logo abaixo.
Francisco Gerson Amorim de Meneses é natural de Piracuruca – PI, professor de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI / Campus Parnaíba – Piauí; Doutor em Biotecnologia; Mestre em Ciência da Computação; Especialista em Banco de Dados e em Análise de Sistemas; Bacharel em Ciência da Computação; Pesquisador em Computação Aplicada, destaque para pesquisas na área de Computação Visual com temas voltados para a Neurociência Computacional, onde estuda padrões em imagens do cérebro e Arqueologia Computacional, com estudos destinados ao realce, segmentação e vetorização de imagens de arte rupestre.
Escritor e poeta, colaborador do impresso "O Piagui" e de várias coletâneas, entre elas o "Almanaque da Parnaíba" e a série "Piauí em Letras".
Autor de várias obras, destaque para o livro "Ensaio histórico e genealógico dos Meneses da Piracuruca" (2022).
É idealizador e mantenedor do Portal Piracuruca (www.portalpiracuruca.com) e do periódico impresso Revista Ateneu (ISSN 2764-0701). Ambos os projetos existentes desde 1999 com a mesma finalidade, que é divulgar a exuberância de cenários, a cultura, a história, os mistérios, a pré-história, as lendas e as curiosidades do Piauí.
Desenvolve desde 2018 o Projeto Artes do Bitorocaia (www.portalpiracuruca.com/artes-do-bitorocaia/) que tem por objetivo o mapeamento e catalogação dos sítios arqueológicos com registros rupestres existentes na área da bacia do Rio Piracuruca.