Poço da Bebidinha: o fantástico acervo de gravuras rupestres na margem do Rio Poti

No dia 8 de junho de 2025, tive a oportunidade de conhecer aquele que é seguramente o maior acervo de gravuras rupestres em território piauiense, trata-se do lugar chamado de Poço da Bebidinha, fica no município de Buriti dos Montes – Piauí.

Em tempo 1: o município de Buriti dos Montes está localizado no centro-norte do Piauí, fazendo divisa com o Estado do Ceará. Conforme o censo IBGE/2022, tem uma população estimada de 7.434 habitantes.

Em tempo 2: a denominação “Poço da Bebidinha”, é uma alusão aos poços naturais que ocorrem nos lajeiros da margem do Rio Poti. Eles acumulam água no período das chuvas e durante o período de seca são usados como bebedouros para os animais.

Um dos vários “poços” na margem do Rio Poti. Foto: Helder Fontenele.

Nazareth Cânion Lodge:

O Sítio Arqueológico Poço da Bebidinha fica em área privada, a área que antes fazia parte da Fazenda Espírito Santo, hoje pertence a um hotel de aventuras chamado Nazareth Canyon Lodge, portanto, o acesso às gravuras é exclusivo para os hóspedes do hotel a partir de visitas guiadas.

O acesso até o Nazareth Canyon Lodge, foi feito a partir da cidade de Castelo do Piauí. Foram 68 km, divididos entre asfalto e um desvio em estrada carroçável. Foto: Helder Fontenele.

A estadia no hotel foi muito agradável e a sua temática é voltada a explorar elementos da pré-história, natureza e astronomia. Vejamos algumas fotografias do hotel, em seguida falo sobre a experiência em conhecer as gravuras rupestres do Sítio Arqueológico do Poço da Bebidinha.

Vista da área central do hotel a partir da margem do Rio Poti. Foto: F Gerson Meneses.
Uma réplica de Preguiça Gigante nos dar as boas vindas logo na entrada. Foto: F Gerson Meneses.
…e o Dente de Sabre também, entre outros animais. Foto: F Gerson Meneses.
Uma pequena capela no caminho. Foto: Helder Fontenele.
O caminho para o mirante é voltado para o rio e para a Serra do Barreiro. Foto: F Gerson Meneses.
Mirante, de outro ângulo. Foto: F Gerson Meneses.
Piscina próxima ao mirante. Foto: F Gerson Meneses.
Escultura e um dos chalés ao fundo. Foto: F Gerson Meneses.
Esculturas de família de tatus. Foto: F Gerson Meneses.
Um dos chalés disponíveis. Foto: F Gerson Meneses.
No local também ocorre uma grande quantidade de pássaros. Foto: F Gerson Meneses.
Detalhes do pátio do hotel. Foto: F Gerson Meneses.
Observatório astronômico Atacama da Caatinga. Foto: F Gerson Meneses.

Além da trilha para as gravuras, podemos também fazer um passeio de caiaque pelo Rio Poti e um banho em uma das piscinas naturais do lugar.

Passeio de caiaque pelo Rio Poti. Foto: Helder Fontenele.
Piscina natural próxima ao hotel. Foto: Helder Fontenele.
Logo na ida para a trilha que leva às gravuras, passamos por mais esta escultura. Foto: F Gerson Meneses.

Trilha até o Sítio Arqueológico Poço da Bebidinha:

Para se chegar até o início da ocorrência dos desenhos rupestres, seguimos em trekking por cerca de 2 km, interagindo diretamente com o Rio Poti.

Passagem dos trilheiros pelo Rio Poti. Foto: F Gerson Meneses.
Trilheiros rumo às gravuras da Bebidinha. Foto: F Gerson Meneses.
O Rio Poti se apresenta com o leito estreito, é o início de formação do Cânion do Poti. Foto: F Gerson Meneses.
Além de estreito, o rio apresenta águas cristalinas, ao ponto de vermos algumas curimatãs. Foto: F Gerson Meneses.
Breve parada para descanso. Foto: F Gerson Meneses.

Em tempo 3: no início de 2022 eu fiz uma remada no Cânion do Rio Poti, o link para a matéria com vídeo está no final deste texto.

O Sítio Arqueológico Poço da Bebidinha:

As gravuras rupestres se estendem por vários quilômetros, nas duas margens do Rio Poti. As características das rochas, onde estão as gravuras, são sedimentares, com uma cor escura devido a oxidação.

Desenhos em vários formatos. Foto: F Gerson Meneses.
Figuras zoomórficas. Foto: F Gerson Meneses.
Pontinhos e figuras abstratas. Foto: F Gerson Meneses.
Uma raríssima representação de um pé. Foto: F Gerson Meneses.
Uma figura que se repete muito no lugar. Foto: F Gerson Meneses.
Dois seres zoomorfos. Foto: F Gerson Meneses.
Paisagem rupestre da margem do Rio Poti. Foto: F Gerson Meneses.
Turistas aproveitando o passeio. Foto: F Gerson Meneses.

Em tempo 4: cientificamente, as gravuras rupestres são classificadas como “Tradição Itacoatiara” e estão presentes nos cursos de muitos leitos d’água pelo Brasil. Itacoatiaras significam “pedras pintadas”.

Valeu a pena. Foto: Helder Fontenele.
Trilheiros que participaram da visita às gravuras da Bebidinha. Foto: Helder Fontenele.

Em tempo 5: logo abaixo, tem o link para mais gravuras do Sítio Arqueológico da Bebidinha, a partir da base do Projeto Artes do Bitorocaia.

Em tempo 6: o Sítio Arqueológico Poço da Bebidinha foi abordado no artigo científico “PAISAGEM, GRAVURAS, PROBLEMAS DE CONSERVAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O SÍTIO POÇO DA BEBIDINHA”, de autoria de Maria Conceição Soares Meneses Lage, Welington Lage e Ana Luísa Meneses Lage do Nascimento. Link no final da matéria. 

Voltando pra casa:

No retorno para casa, encontramos o pequeno vaqueiro Messias, de 12 anos. Messias se autointitula Messias do Gado, representa a tradição do vaqueiro com as vestimentas tradicionais: chapéu, gibão, calça, perneiras, Além de muita simpatia.

O pequeno vaqueiro Messias. Foto: F Gerson Meneses.
Eu, Messias e Helder Fontenele: Foto: Márcia Arêa Leão.
Trilheiros: Gerson Meneses, Suzana Vasconcelos, Helder Fontenele e Márcia Arêa Leão.

Informações sobre visitações:
Nazareth Cânion Lodge

Whatsapp: (86) 99824-0050
Instagram: #nazarethcanionlodge

Artigo citado:
LAGE, Maria Conceição; LAGE, Wellington; NASCIMENTO, Ana Luisa. Paisagem, gravuras, problemas de conservação: um olhar sobre o sítio poço da bebidinha*. p. 152–170, [s.d.]. Link: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/7988/pdf. Acesso em jun/2025.

Gravuras do Sítio Arqueológico da Bebidinha:

Buriti dos Montes – Sítio Arqueológico da Bebidinha

Link citado:

Aventureiros começam o ano em uma expedição ao Cânion do Rio Poti