Tó: …depois desse jogo do Garrincha, eu recebi um convite para voltar a Parnaíba, o Pedro Alelaf veio aqui me buscar pra jogar no Parnahyba Sport Club e eu passei uma temporada lá. Vim embora sem me profissionalizar, depois fui embora para Brasília, lá ainda tentei jogar, mas parei.
Continuando a nossa série sobre memórias do futebol piracuruquense, irei agora falar de um grande goleiro. Trata-se de Francisco Borges de Farias, esse é o nome de batismo de um dos maiores goleiros da história do futebol piracuruquense. Nascido em 8 de julho de 1938, o flamenguista e popularmente conhecido como Tó, guarda memórias de uma época do pleno romantismo do futebol. Atuando entre as décadas de 1950 a 1970 e motivado pelo tricampeonato da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970, Tó ficou marcado pela sua agilidade, rapidez e apesar da sua baixa estatura para um goleiro, tinha uma grande impulsão.
Goleiro Tó.
Membro de uma escola de grandes goleiros, Tó foi sucessor de outros que marcaram a história do futebol piracuruquense como Bitte Pereira (Andaray Sport Club) e Zé Maneta. E foi antecessor de outros grandes arqueiros como Zé do Chico Brito, Manoel Filho e Grilo, além dos destaques: Pato, Bacabal e mais recentemente, Eberval Amaral.
Andaray Sport Club, década de 1930 / 1940, grandes craques, como: Balinha, Chico César, Zeca Leôncio, Doca Trocate, Prof°. James e outros. Destaque para o goleiro Prof°. Bitte Pereira.
Pato e Bacabal, arqueiros que sucederam Tó, no futebol piracuruquense.
Base da Seleção de Piracuruca, bicampeã do intermunicipal no final dos anos 1990. Em destaque, o goleiro Eberval Amaral.
Em pé: Miguel Amaral, Lacerda, Espingarda, Poló, Eberval e Reginaldo. Agachados: Gaguinho, Joacir, Pai Cheiroso, Júnior e Neto.
Tó se destacou pelo Celta, time piracuruquense do início dos anos 1960.
Celta Futebol Clube. Da esquerda para direita em pé: Manfred, Valter,
Caioia, Tó, Pirata (irmão de Tó), Capiraba, Benedito, Raimundo e Zé do Monsenhor.
Agachados: João do Zito, Zé Carambolo, Leonon, Fransquim e Antonio
Caninana.
Em Piracuruca, disputando os torneios locais, Tó se tornou conhecido, na época não existia o torneio intermunicipal, mas, mesmo assim, as equipes de Piracuruca visitavam as cidades vizinhas e participavam de torneios, inclusive em cidades do Ceará. Nessas idas e vindas Tó, despertou a atenção dos clubes piauienses e jogou inicialmente por: Caiçara de Campo Maior, 4 de Julho de Piripiri e Flamengo de Parnaíba, na época ainda equipes amadoras.
Em 1973, Tó, já com 35 anos, participou do jogo festivo da vinda de Mané Garrincha à Piracuruca. O jogo foi contra o selecionado de Piripiri, a seleção de Piracuruca ganhou de 5 X 4 (2 gols de Quincas, 2 gols de Espedito e 1 de Garrincha).
“…depois desse jogo do Garrincha, eu recebi um convite para voltar a Parnaíba, o Pedro Alelaf veio aqui me buscar pra jogar no Parnahyba Sport Club e eu passei uma temporada lá. Vim embora sem me profissionalizar, depois fui embora para Brasília, lá ainda tentei jogar, mas parei.” |
Equipes piauienses defendidas pelo goleiro Tó.
De fato, Tó não chegou a profissionalizar-se como jogador. Ainda na década de 1970, após uma temporada no Parnahyba, ele foi para Brasília trabalhar em carpintaria e abandonou o futebol. Mas sua história no futebol não tinha encerrado, na década de 1980, ao retornar à Piracuruca, foi treinador de goleiros da seleção local.
O legado da família Farias, continuou quando seu filho James se destacou no futebol piracuruquense, dessa vez não como goleiro e sim como artilheiro. Com grande habilidade, James jogou por várias equipes de Piracuruca e de cidades vizinhas. Foi protagonista e goleador da seleção de Piracuruca em vários intermunicipais.
Alguns momentos de James na Seleção e em clubes de Piracuruca.