Foi pelo “Capricho de uma viúva”. A história do conhecido prédio da Rural em Piracuruca.

Um vistoso casarão de esquina se destaca na paisagem urbana de Piracuruca, precisamente no cruzamento das ruas João Martiniano (Rua da Goela) e Rua Cel. Joaquim Onofre de Cerqueira, bem ao lado da Câmara e da Prefeitura Municipal de Piracuruca.

O vistoso casarão no centro de Piracuruca, de aparência bem conservada.
No local funciona um dos bares mais frequentados da cidade, o Bar do Antônio Carlos.

Atualmente o imóvel, que tem uma aparência centenária, pertence ao Sindicato Rural de Piracuruca e pouquíssimas pessoas sabem da sua história, e foi sobre isso que, na última sexta-feira (29/07/2022), eu bati um papo com o Sr. Francisco Antônio Mendes Cerqueira (conhecido por Fogoió), que atualmente é presidente do referido Sindicato.

A conversa aconteceu no próprio imóvel, entre um gole e outro, se transformou em entrevista e me foi revelado detalhes bem particulares sobre o imóvel.

De acordo com o Sr Fogoió, o imóvel foi construído pela Sra. Jenuína de Brito Resende, que na época era viúva e tinha muitas posses como: fazendas, carnaubais, alguns imóveis na cidade e até terras no litoral do Piauí. O mais interessante é que ela construiu o casarão por puro capricho, não tinha necessidade, pois já morava em uma casa na Praça Irmãos Dantas. Ele completa:

“…esse local onde foi construída essa casa era um campo, era terreno dela e na época ela se desentendeu com algumas pessoas que moravam nas proximidades…o que ela fez foi construir esse prédio, todo rodeado por um muro de 5 metros de altura, tudo isso para impedir que seus desafetos vissem as torres da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o que de fato aconteceu…para completar a obra, ela mandou pintar na fachada do casarão os dizeres: ‘CAPRICHO DE UMA VIÚVA’”.

Ainda segundo o Sr Fogoió, a viúva caprichosa nunca morou no prédio e quando morreu, como não tinha filhos, os sobrinhos herdeiros venderam o prédio para o Sindicato Rural de Piracuruca, em novembro de 1956.