Na pequena, pacata e romântica Vila de Marvão (atual Castelo do Piauí), uma das sete primeiras vilas criadas na então província do Piauí, onde o tempo passava devagar e era comum ouvir muitas estórias, causos e lendas. Muitas delas até se repetiam e eram semelhantes a de muitas cidades pequenas no interior do Brasil, como as de lobisomens, homens do saco, mulher da estrada dentre outras.
A nossa história que mais se parece com lendas urbanas, é do endiabrado e temido, Vicente Nunes, morador da localidade São José de dentro, zona rural de Castelo do Piauí e que desde novo já apontava das suas.
A primeira história que se ouvia falar de Vicente é que ele teria matado a própria mãe e comigo o fígado dela e depois tocado fogo na casa com suas irmãs dentro dela. Mas nunca foi comprovado esse terrível episódio, era mais um tipo de lenda urbana sobre nosso personagem para colocar medo nas pessoas quando ele aparecia pela vila.
O Roubo do badalo do sino da Igreja
Para muitos o temido e destemido Vicente Nunes era endiabrado porque teria um pacto com o coisa ruim, porque conseguia se safar das mais difíceis aventuras em que se metia.
Contam os mais antigos moradores da Vila de Marvão que Vicente Nunes teria roubado o badalo do sino da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, padroeira da cidade e escondeu no topo de uma formação rochosa em um lugar de difícil acesso e que para ele, andava e subia com a maior facilidade.
A polícia local tomou conhecimento do ocorrido e depois de ouvir muitos relatos, chegou até o local onde estaria Vicente com o badalo. Ao ver o destemido homem os policiais deram ordem para ele descer e trazer o objeto de volta.
Zombando da polícia, Vicente dizia para eles virem buscar. Os policiais tentavam subir sem sucesso a tal rocha. Para insultar Vicente descia até certo ponto e subia de costas a rocha com todos assistindo a tudo aquilo incrédulos.
Após subir de costas a pedra, Vicente Nunes pegou o badalo é entregou-o aos policiais e disse que fez tudo aquilo temendo alguém roubá-lo da Igreja de sua madrinha.
Vicente Nunes – Herói em uma guerra
Uma das últimas notícias que se ouviu falar de Vicente Nunes foi a de que ele teria embarcado em um navio e servindo ao exército brasileiro, participou de uma guerra.
Não sabemos de fato em qual delas, para algumas pessoas foi na Guerra do Paraguai, já para outras foi na Segunda Guerra Mundial onde o Brasil também participou enviando muitos soldados.
O ato heroico de nosso personagem que se tem notícia foi a de que ele jogou no mar um explosivo que caiu dentro da embarcação em que estavam todos e corajoso Vicente jogou na água a bomba antes que ela explicasse.
O comandante da embarcação de pronto elevou a patente do bravo soldado o condecorado como Coronel Vicente Nunes e deram um salve com todos aplaudindo de pé por ele ter salvo a vida de todos.
Vicente que não queria saber de tal patente soltou um palavrão dizendo vá…qual não foi a surpresa o comandante disse, há é um pouco mesmo em não querer a patente. Nosso herói respondeu dizendo, eu não quero, já disse que não quero, todos no navoi comecaram a dá altas gargalhadas.
Terminada a guerra e do regresso para o Brasil nunca mais se ouviu falar que fim levou Vicente Nunes. Se reclamem ele teria feito tal pacto.
Essa história na Vila de Marvão parece com um conto mas realmente aconteceu e as aventuras de Vicente Nunes são bastante conhecidas na cidade, principalmente pelos maia antigos moradores.
