Pinturas rupestres em formato de mãos são registros muito comuns, não só no Piauí, mas também em sítios arqueológicos espalhados por todo o mundo (Figura1), ocorrem principalmente em pictogramas que são desenhos pintados na rocha, as primeiras técnicas que foram utilizadas para o registro de mãos eram bastante simples e começaram a ocorrer há pelo menos 30 mil anos, eram as “mãos em negativo”, esse método resumia-se em colocar as mãos na superfície da rocha e assoprar pigmentos em pó sobre elas, a fim de obter a silhueta das mãos.
FIGURA 1: REGISTROS RUPESTRES DE MÃOS ESPALHADAS PELO MUNDO: (A) INDONÉSIA, (B) AMAZÔNIA COLOMBIANA, (C) FRANÇA, (D) SÍTIO OLHO D’ÁGUA DO PADRE EM PIRACURUCA
Um importante sítio arqueológico com as “mãos em negativo” é a Cueva de las Manos uma caverna na Patagônia Argentina repleta de pinturas de mãos que foram feitas há 9 mil anos por índios. Este tesouro da arte rupestre foi descoberto em 1941 por um padre chamado De Agostini e foi classificada como Monumento Histórico Nacional Argentino, em 1999 passou a ser considerada Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) (Figura2).
FIGURA 2: “MÃOS EM NEGATIVO” EM CUERVA DE LAS MANOS NA ARGENTINA
Outra forma bastante conhecida de registro de mãos é o chamado “carimbo” ou “mãos em positivo” (Figura3) em que as mãos do artista pré-histórico eram molhadas ou manchadas no composto da tinta e aplicada sobre a superfície da rocha. Além desses existem também aqueles em que o desenho é mais elaborado, com traços internos simulando a palma da mão, e a posterior aplicação ou desenho dos dedos (Figura4).
FIGURA 3: “MÃOS EM POSITIVO” OU “CARIMBO” – SÍTIO PEDRA DA BUQUINHA I – PERNAMBUCO
FIGURA 4: MÃOS COM DESENHO ELABORADO – FURNA DO LETREIRO OU PEDRA DO ELEFANTE – BUÍQUE – PERNAMBUCO
Em Piracuruca, na localidade Palmeira à beira do Riacho do mesmo nome (Figura5), existe um imponente paredão de arte rupestre com vários grafismos de diversificada simbologia, são pinturas de lagartos, sóis, antropomorfos, zoomorfos, geométricos e inclusive alguns com aparência numérica e/ou alfabética (Figura6). Entre essas, existem algumas pinturas de mãos, sendo aqui destacado um grandioso registro de mão com dimensões desproporcionais, tomando como base a mão normal de um ser humano adulto (Figuras7, 8 e 9).
FIGURA 5: RIACHO PALMEIRA, NA LOCALIDADE DO MESMO NOME, EM PIRACURUCA-PIAUÍ
FIGURA 6: REGISTROS RUPESTRES NO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA LOCALIDADE PALMEIRA: (A) LAGARTO, (B) SOL, (C) ANTROPOMORFO, (D) SÍMBOLOS DIVERSOS
FIGURA 7: “MÃO DO GIGANTE”, COMPARADA COM UMA MÃO HUMANA
FIGURA 8: “MÃO DO GIGANTE”, AO FUNDO
FIGURA 9: AVENTUREIRO ÍNDIO APACHE E A FANTÁSTICA “MÃO DO GIGANTE”
A “Mão do Gigante” se destaca em meio às demais pela sua imponência e cor viva, localizada a cerca de 1m80cm da superfície é uma das pinturas mais bem preservadas desse sítio arqueológico e apresenta característica de desenho elaborado com dois círculos concêntricos (Figura10), passa a ideia de que o nosso amigo pré-histórico queria com esse registro estabelecer um domínio sobre esse território.
FIGURA 10: DESTAQUE PARA A “MÃO DO GIGANTE” E SEUS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS
Logo abaixo tem os links para a matéria “O Enigma das pinturas rupestres em formato de “algarismos” e “letras” deixadas na margem do Riacho Palmeira em Piracuruca” e outro do Mapeamento Arqueológico do Projeto Artes do Bitorocaia com todas os registros feitos do sítio palmeira.
Sobre o Sítio Arqueológico do Riacho Palmeira. Veja também:
Fontes consultadas em 07/05/2019 (texto e imagens):
https://www.todamateria.com.br/arte-rupestre/
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=974&sid=9
https://www.magnusmundi.com/cueva-de-las-manos-caverna-das-maos-na-patagonia/
https://www.terraadentro.com/arte-rupestre-da-cueva-de-las-manos/
https://www3.ufpe.br/clioarq/images/documentos/V32N1-2017/relatorio.pdf
https://ep00.epimg.net/elpais/imagenes/2014/10/08/ciencia/1412780392_926367_1412787749_noticia_normal.jpg
https://www.efe.com/efe/brasil/sociedade/um-mundo-pre-historico-perdido-em-plena-amazonia-colombiana/50000246-2680713